Publicidade
*Por Equipe do Terraço Econômico
O atual governo desistiu de votar a Reforma da Previdência. Nós, do Terraço Econômico, não tivemos nenhuma dúvida de abraçar essa importante reforma, desde o início das negociações políticas em 2016. Fomos acusados de sermos governistas, rentistas, temeristas, entre outros “istas”. Contudo, o que nossos críticos não perceberam que essa agenda pouco tem a ver com o governo vigente; apoiaríamos se fosse no governo Dilma ou Lula, ou qualquer futuro candidato que tentar se eleger em 2018.
A Previdência do jeito que está pode sim quebrar o Brasil. Gastamos com a Previdência muito mais em relação do PIB do que nações com população idosa considerável, como é o caso do Japão. Em relação ao nosso próprio orçamento, gastamos quase 40% das despesas primárias com a Previdência, com tendência crescente. Sem a Reforma, as outras áreas (saúde, educação, segurança) certamente serão afetadas e terão menos recursos.
Continua depois da publicidade
Claro que você pode falar dos casos de desvio de corrupção e inadimplências históricas de empresas junto à Previdência Social. Você tem toda a razão. Acontece que mesmo retornando esses valores para a conta, o problema estrutural não é sanado; haverá um certo alívio no déficit previdenciário para um ou no máximo dois anos.
O remédio será muito mais amargo no futuro. Mesmo fazendo a Reforma do que jeito que estava (remendada, diminuída), já se falava em fazer uma nova Reforma em 5 a 10 anos. Agora sem essa Mini Reforma, o cenário é ainda mais incerto. E de uma coisa estamos certos: a conta sempre vem, talvez não para nós – que estamos imersos numa briga sem precedentes e inútil entre esquerda x direita – mas para nossos filhos e netos que pode não ter como se aposentar pela Previdência Social.
Preferimos acreditar em histórias reconfortantes do que em verdades inconvenientes.