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As vendas de veículos se recuperaram no ano passado. Já falamos sobre como foi o encerramento do ano aqui. Agora o que estamos fazendo é reforçando ainda mais sobre quais foram os grandes impulsionadores para o desenvolvimento do setor.
E o principal deles foi o crédito!
Como o Banco Central divulgou hoje os dados de dezembro, podemos fazer o encerramento do ano.
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No ano de 2017, tivemos mais de R$ 101 bilhões em concessões para veículos. O que representa um crescimento de 23% sobre o ano de 2016, quando tivemos R$ 82 bilhões em concessões. E ainda foi melhor que o resultado de 2015, quando tivemos a liberação de R$ 92 bilhões – ou crescimento de 10%.
O resultado é excelente, mas ainda estamos 9% abaixo da média do período 2012~2014, quando tivemos uma liberação de R$ 110,5 bilhões.
Um dos pontos não contabilizados pelo Banco Central é o sistema de consórcios. Hoje o produto consórcio é responsável pela concessão de quase 25% de todos os créditos no financiamento de veículos.
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Quando os bancos, durante a crise, decidiram “pegar a bola e sair do play”, boa parte dos consumidores que queriam “brincar” encontraram o produto consórcio como uma solução ideal.
Tanto que, se pegarmos o que foi financiado e o que foi disponibilizado em cartas de crédito, o total do ano passado foi de quase R$ 134 bilhões. Volume próximo ao do ano de 2012, por exemplo, quando o total foi de R$ 137 bilhões.
EM R$ MILHÕES | FINANCIAMENTO | CONSÓRCIO | TOTAL |
2012 | 111.087 | 25.968 | 137.055 |
2013 | 109.208 | 27.401 | 136.609 |
2014 | 111.296 | 31.148 | 142.444 |
2015 | 92.045 | 33.804 | 125.849 |
2016 | 82.241 | 32.234 | 114.475 |
2017 | 101.085 | 32.474 | 133.559 |
VARIAÇÃO % | FINANCIAMENTO | CONSÓRCIO | TOTAL |
13 / 12 | -1,69% | 5,52% | -0,33% |
14 / 13 | 1,91% | 13,67% | 4,27% |
15 / 14 | -17,30% | 8,53% | -11,65% |
16 / 15 | -10,65% | -4,64% | -9,04% |
17 / 16 | 22,91% | 0,74% | 16,67% |
17 / 12 | -9,00% | 25,05% | -2,55% |
PARTICIPAÇÃO % | FINANCIAMENTO | CONSÓRCIO |
2012 | 81,1% | 18,9% |
2013 | 79,9% | 20,1% |
2014 | 78,1% | 21,9% |
2015 | 73,1% | 26,9% |
2016 | 71,8% | 28,2% |
2017 | 75,7% | 24,3% |
Essa maior oferta no crédito está atrelada a uma forte redução nas taxas de juros. A taxa de dezembro ficou em 1,62% a.m. É a menor taxa nos últimos 48 meses!
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A redução da taxa de financiamento ao longo de 2017, despencou em 16%. Ela começou em 1,93% em janeiro.
Logicamente, que se tiver algum leitor que fará a correlação com a Selic (como fizemos) vai perceber que essa queda de 16% foi “quase nada” em relação a Selic. A Selic desabou de 13% para 7%, gerando uma queda de 46%. Mas temos que ser justos: a queda na SELIC não impacta “imediatamente” numa redução da taxa de financiamento. Estamos aqui falando em um delay de 60 dias até a redução chegar na ponta.
Na nossa visão “Poliana de ser”; devemos esperar que essa taxa continue com viés de baixa – pelo menos – neste primeiro semestre.
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A redução das taxas e aumento nas concessões está ligada diretamente a uma melhora nas carteiras de financiamento. A inadimplência (da carteira) que em janeiro de 2012 era de ABSURDOS 6,26% caiu para 3,63%. O mesmo para aquele pessoal que não paga o seu carnê “rigorosamente em dia”. Sobre a mesma analise, em janeiro de 2012 tínhamos “APENAS” 16% da carteira em atraso, e pela primeira vez desde o início da série histórica, esse percentual de atraso caiu para UM dígito. O percentual em atraso em dezembro de 2017 ficou em 9,77%.
Outro ponto interessante que pegamos com o pessoal da B3, foi a mudança do perfil do comprador de veículos. Não há muito tempo atrás, numa galáxia não muito distante assim, a venda do veículo novo correspondia por mais da metade de toda a linha de crédito ofertada e esse percentual despencou para 35%. Em momentos de crise, o consumidor tende a se adaptar. O “El dorado” que era a compra do veículo novo, ficou assim “meio nublado”, e ficou para todos!
No caso do pessoal de pesados (caminhões; ônibus e implementos), onde tínhamos uma razão de 60% para novos e 40% para usados, esse percentual literalmente se inverteu. O mercado de motocicletas, onde praticamente todo ele era de motos novas, também está sentindo esse reflexo. Da sua participação média de 90%, no ano passado fechou em 80% para a aquisição da motocicleta nova. O de automóveis, onde a relação era 45% novos e 55% usados, hoje está próximo da razão 25% novos e 75% usados.
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VEÍCULOS ALIENADOS | NOVO | USADO | TOTAL |
2012 | 3.589.784 | 3.359.033 | 6.948.817 |
2013 | 3.530.009 | 3.227.478 | 6.757.487 |
2014 | 3.159.928 | 3.232.890 | 6.392.818 |
2015 | 2.338.578 | 2.973.299 | 5.311.877 |
2016 | 1.740.084 | 2.913.930 | 4.654.014 |
2017 | 1.801.357 | 3.304.370 | 5.105.727 |
VARIAÇÃO % | NOVO | USADO | TOTAL |
13 / 12 | -1,67% | -3,92% | -2,75% |
14 / 13 | -10,48% | 0,17% | -5,40% |
15 / 14 | -25,99% | -8,03% | -16,91% |
16 / 15 | -25,59% | -2,00% | -12,38% |
17 / 16 | 3,52% | 13,40% | 9,71% |
17 / 12 | -49,82% | -1,63% | -26,52% |
PARTICIPAÇÃO % | NOVO | USADO |
2012 | 51,7% | 48,3% |
2013 | 52,2% | 47,8% |
2014 | 49,4% | 50,6% |
2015 | 44,0% | 56,0% |
2016 | 37,4% | 62,6% |
2017 | 35,3% | 64,7% |
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