ONU marca 75 anos de declaração de direitos humanos em meio à guerra em Gaza

Chefe de direitos humanos das Nações Unidas também lamentou fracassos nas lutas contra as guerras

Reuters

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O chefe de direitos humanos da Organização das Nações Unidas (ONU) pediu aos países nesta segunda-feira que trabalhem juntos para derrotarem ameaças como guerra e poluição, em um evento que marcou os 75 anos da Declaração Universal dos Direitos Humanos, que corre o risco de ser ofuscada pela guerra entre Israel e Hamas.

Ministros, diplomatas e ativistas participaram do evento em Genebra, onde Volker Turk invocou o espírito com o qual a ONU adotou a declaração em dezembro de 1948, em resposta ao que o documento chama de “atos bárbaros que ultrajaram a consciência da humanidade”.

“Vejo o evento de hoje como um chamado à esperança e um chamado à ação”, disse Turk, acrescentando que a declaração inspirou sucessos como o fim da segregação racial nos Estados Unidos e o apartheid na África do Sul.

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“Em um momento de tão pouca solidariedade e de tanta divisão e visão míope, eu a vejo como um chamado para superar a polarização.”

Mas ele também lamentou os fracassos da luta, como a guerra, referindo-se a “milhões de pessoas que sofrem insuportavelmente no Território Palestino Ocupado, principalmente em Gaza, e em Israel”, bem como a fome, a discriminação, a repressão e a poluição.

Nunca antes, no período após a Segunda Guerra Mundial, o mundo presenciou tantos conflitos, com 55 atualmente ativos, incluindo uma guerra entre facções militares rivais no Sudão e a invasão russa na Ucrânia, disse a ONU.

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Nas comunicações sobre o evento de dois dias, o gabinete de Turk evitou a palavra “celebrar” ao se referir ao aniversário, preferindo o termo “marcar”.

Outras autoridades da ONU foram mais pessimistas do que Turk.

Lynn Hastings, coordenadora humanitária da ONU no Território Palestino Ocupado, disse que os direitos humanos estão sendo atacados mais de dois meses após os ataques do Hamas na fronteira com Israel em 7 de outubro, seguidos por uma campanha retaliatória de bombardeio israelense.

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“Em 2023, eu não deveria ter que fazer uma declaração como essa”, disse ela. “É como se não tivéssemos aprendido nada nos últimos 75 anos.”