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A agência de classificação de risco Fitch reduziu a nota de crédito da companhia aérea Gol de “CCC+”para “CCC-“, e seu Long- Termo Escala Nacional para ‘CCC-(bra)’ de ‘CCC(bra)’. A Fitch também rebaixou os títulos sem garantia da GOL Finance de ‘CCC/RR5’ para ‘CC/RR5’.
“Os rebaixamentos refletem riscos crescentes de reestruturação da dívida da GOL como resultado de seus contínuos altos riscos de refinanciamento, pressão no fluxo de caixa operacional devido a pagamentos de arrendamentos correntes e diferidos e fraca posição de liquidez”, diz a agência, em relatório. A avaliação incorpora o recente anúncio da empresa de contratar um consultor financeiro para revisar sua estrutura de capital.
A Fitch afirmou que redução na nota já incorpora o anúncio da Gol na segunda-feira de contratação da consultoria Seabury Capital para ajudar a empresa em uma “ampla revisão” de sua estrutura de capital.
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Segundo a Fitch, a pressão recorrente do fluxo de caixa livre resultante das elevadas despesas de leasing e juros, apesar da melhoria do desempenho operacional, está a resultar num perfil de dívida insustentável.
Os vencimentos de curto prazo da GOL totalizavam R$ 2,9 bilhões em 30 de setembro de 2023, sendo compostos por R$ 1,1 bilhão de dívida financeira e R$ 1,8 bilhão de obrigações de arrendamento mercantil. O caixa prontamente disponível, pelos critérios da Fitch, foi de R$ 905 milhões. No mesmo período, a GOL tinha cerca de US$ 200 milhões (de um total de US$ 450 milhões) em linha de crédito disponível com seu acionista Abra Group Limited (Abra). Esta transação com a Abra é resultado de outra operação de reestruturação de dívida que a GOL anunciou no início do ano (março de 2023), que também incluiu uma linha de crédito de cerca de USD 450 milhões.
Em termos operacionais, a Fitch destaca que o cenário de fortes níveis de tráfego de passageiros no Brasil, fortes rendimentos, eliminação de impostos PIS/Confins, preços mais baixos de combustíveis e melhorias na estrutura de custos, incluindo alguma otimização da frota, estão levando a melhorias na geração de fluxo de caixa operacional da GOL.
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A agência espera que o Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado da GOL atinja R$ 4,4 bilhões em 2023, em comparação com R$ 2,9 bilhões em 2022, e cerca de R$ 4,8 bilhões em 2024, com margens Ebitda ajustadas de 24% a 25%. A demanda do mercado interno brasileiro se recuperou fortemente, com o tráfego de passageiros crescendo 5% nos primeiros 10 meses do ano em comparação com o mesmo período de 2019 (nível pré-pandemia).
Por fim, a Fitch afirmou que espera que a alavancagem líquida da Gol nos critérios da agência fique em 5,7 vezes em 2023 e 5,6 vezes em 2024.
O S&P também cortou o rating da Gol de ‘CCC+’ para “CCC-“, com perspectiva negativa, e seu rating de crédito de emissor em escala nacional para ‘brCCC-‘, de ‘brBB+’, apesar de mencionar que espera que a companhia aérea mantenha “boa performance operacional em meio a uma demanda saudável e um mercado brasileiro com oferta bastante racional”.
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Ao mesmo tempo, a agência ainda reduziu rating de emissão para ‘CC’, de ‘CCC’, nas notas seniores sem garantia da empresa e mantivemos inalterado o rating de recuperação ‘5’, refletindo a expectativa de perspectivas de recuperação médias (20%; estimativa arredondada) em caso de inadimplência no pagamento.
“A perspetiva negativa reflete uma potencial queda adicional da classificação caso a empresa anuncie uma reestruturação da dívida que consideraríamos como difícil e equivalente a um incumprimento”, diz S&P.
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