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Às vésperas da divulgação do Plano Estratégico da Petrobras (PETR4) 2024-2028, a Federação Única dos Petroleiros (FUP) defendeu o aumento de endividamento da companhia para sustentar os investimentos de US$ 100 bilhões projetados para os próximos cinco anos. O valor é um terço acima do Plano anterior, e trará inovações como a inclusão de investimentos em energias renováveis, a volta do conteúdo nacional nos projetos, entre outras mudanças.
Para implantar o plano, porém, alerta a FUP, “é necessário eliminar resistências internas e negativas que estão instaladas em parte da estrutura de gestão da Petrobras, e que se identificam com modelos e mentalidades ligados ao governo passado”, afirmou a entidade em nota.
Segundo a FUP, do montante total previsto para os investimentos no novo Plano, 90% seriam financiados com recursos próprios (geração de caixa operacional) e 10% (US$ 10 bilhões) com aumento do endividamento.
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“Estudos feitos pelo Dieese/FUP mostram capacidade de elevação do nível de endividamento da estatal em torno de US$ 10 bilhões, sem impactos à saúde financeira da companhia”, disse a FUP. “Os últimos balanços financeiros e o relatório de produção e venda da Petrobras sinalizam que há espaço para ampliação segura e sustentável de endividamento, sem gerar forte elevação das despesas financeiras”, acrescentou.
Hoje, o nível máximo de endividamento da Petrobras permitido pelo Plano 2023-2027 é de US$ 65 bilhões.
“Ao aumentar esse limite máximo para US$ 75 bilhões, ocorrerá uma elevação das despesas financeiras, mas esses custos serão mais do que compensados pelo fluxo de caixa gerado em projetos rentáveis economicamente, que seriam incorporados no PE 24-28, com o aumento do endividamento sustentável”, explicou a entidade.
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A FUP avalia que, desta maneira, a Petrobras vai poder retomar o papel de promoção do desenvolvimento, gerando emprego e renda, e buscando a autossuficiência de derivados de petróleo.
No terceiro trimestre de 2023, a dívida bruta da Petrobras era de US$ 60,9 bilhões, com prazo médio de vencimento (amortização) de 11,4 anos, e com pagamento de juros de 6,5% ao ano. No acumulado dos últimos 12 meses, a Petrobras gerou caixa operacional de cerca de US$ 44,4 bilhões.
“Com isso, a relação dívida bruta/geração de caixa operacional foi de 1,37 vez, valor próximo da média do setor e inferior aos valores de petroleiras europeias, como Total e BP”, informou a FUP.
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A entidade sindical listou ainda uma série de sugestões para o Plano, como a construção de plataformas no Brasil; política de conteúdo local mínimo de 35%; 15% do Capex para energia limpa; aumentar investimentos em refino e reestatizar as refinarias vendidas pelo governo anterior, entre outras. A FUP pede também concurso público, redução do poder dos acionistas minoritários e do pagamento de dividendos.
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