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Atraso no plantio de soja no Brasil preocupa cada vez mais o mercado

Posição comprada dos fundos atinge maior patamar em três meses diante de impactos já irreversíveis sobre as lavouras

Alexandre Inacio

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O atraso no plantio de soja no Brasil nesta safra 2023/24 chama cada vez mais a atenção do mercado. Fundos, traders e exportadores começam a dar sinais que os níveis de produtividade poderão ficar aquém do esperado, reduzindo a oferta do grão.

Um dos sinais de preocupação vem do mercado financeiro americano. Os fundos não-comerciais aumentaram em quase 50% sua posição líquida comprada em contratos de soja em apenas uma semana.

Segundo a Commodity Futures Trading Commission (CFTC), o saldo entre contratos comprados e vendidos passou a ser de 59.077 posições compradas no dia 14, a maior desde o início de agosto. Na semana anterior, os fundos tinham um saldo comprado de 39.781 contratos.

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Na bolsa de Chicago, os preços da soja aceleraram o movimento de alta, encontrando suporte exatamente nas preocupações com os efeitos do clima no Brasil. O contrato do grão com vencimento em janeiro subia na tarde de hoje 0,4%, a US$ 13,72 por bushel.

Posição líquida dos fundos não-comerciais em contratos de soja na Bolsa de Chicago

Por aqui, um relatório do Itaú BBA aponta que a necessidade de replantio de áreas de soja em Mato Grosso poderá ser maior do que a estimada, devido ao clima irregular no Centro-oeste.

“O ritmo de plantio mostrou forte desaceleração, sobretudo nas últimas semanas. Os mapas de chuva mostram volumes abaixo da média sobre o Mato Grosso para os próximos dias, o que pode não só aumentar a necessidade de replantio, mas também manter o atraso no avanço da semeadura”, diz o relatório do banco.

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O documento indica que depois de duas semanas de forte calor e pouca chuva em todo o Brasil – exceto no Rio Grande do Sul -, as precipitações começaram a voltar. Apesar de trazer certo alívio para a região produtora, os volumes ainda são pouco significativos, especialmente para o norte de Mato Grosso.

“Tudo indica que o estresse sobre as lavouras no Mato Grosso persistirá, carregando a incerteza em torno dos números de produção para dezembro. Mesmo que a situação mude bastante para melhor no próximo mês, os impactos negativos na produtividade da soja já são irreversíveis”, diz o Itaú BBA em seu relatório.