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A alta das ações da BRF (BRFS3) e da Marfrig (MRFG3) um dia após a divulgação dos resultados das empresas no terceiro trimestre demonstra, pelo menos, dois sentimentos do mercado.
O primeiro é que o management que assumiu a BRF em agosto do ano passado entregou as promessas que fez. O segundo é que Marcos Molina acertou ao ampliar a participação da Marfrig no capital da BRF. Nesta terça-feira, os papéis da BRF chegaram a operar em alta de 7,4% durante o dia, enquanto a Marfrig registrou ganhos de 5,2%.
Quando Miguel Gularte assumiu o cargo de CEO da BRF, em agosto do ano passado, o mercado olhou para o indicado de Marcos Molina com certa cautela. O sentimento de otimismo e preocupação se dividiram quase que igualmente ao meio.
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Os otimistas apostavam na experiência industrial e no foco em eficiência de Gularte. Os mais cautelosos lembravam que essa experiência vinha da indústria de bovinos, um bicho bem diferente das aves e suínos da BRF.
Quase 15 meses depois, o mercado parece não ter mais dúvidas sobre o empenho de Gularte na área industrial. Durante a conferência de resultados do terceiro trimestre com analistas, a BRF apresentou alguns dos resultados de seu programa de eficiência, chamado de BRF+.
De janeiro a setembro, o custo de conversão alimentar dos frangos recuou 2,8% em comparação ao mesmo período do ano passado. Nos suínos, a queda foi de 1,5%. Por se tratar de uma produção em larga escala, qualquer grama a mais de carne pode representar toneladas no acumulado de um ano.
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A mortalidade dos animais também diminuiu de janeiro a setembro. Nos frangos, a queda foi de 1,7%, enquanto nos suínos, de 0,2%. Na indústria, a BRF melhorou sua performance, elevando em 2,5 pontos percentuais o rendimento de carne produzida por frango e em 2,7 pontos percentuais o rendimento de cada cabeça de suíno.
“A BRF praticamente inaugurou uma fábrica nova, apenas com rendimento. Com mais 4 ou 5 pontos percentuais de rendimento, num abate de 6 milhões de frangos por dia, você tem praticamente 450 mil frangos extra, apenas com melhoria de processos”, disse Gularte aos analistas.
Com o processo de volta aos trilhos, as projeções da companhia são de retomada de margens, redução de estoques e recuperação de preços, ainda no quarto trimestre. O período é tradicionalmente positivo para a companhia, especialmente por conta de seus tradicionais produtos natalinos.
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Se a BRF vai bem, sua controladora, a Marfrig, é beneficiada. Cerca de 40% do resultado da BRF, para o bem ou para o mal, é incorporado no balanço da Marfrig, sua principal acionista. A companhia de Marcos Molina ainda continuará sofrendo com margens apertadas nos bovinos dos Estados Unidos. Contudo, a BRF poderá, cada vez mais, ser relevante para um resultado final positivo.
Diante desse peso, uma questão surge no mercado. A Marfrig continuará ampliando sua fatia na BRF? Marcos Molina, presidente do conselho de administração das duas empresas, diz que está confortável com a posição que a Marfrig já conquistou.
Na conferência com analistas, Molina disse que o foco da Marfrig está na disciplina financeira. Porém, ainda considera que o valor das ações da BRF são atrativos para compras. Na compra do seu último lote, a Marfrig pagou, em média, R$ 9,30 por ação da BRF.
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Hoje, os papéis da dona da Sadia e Perdigão fecharam a R$ 12,81. O valor é ainda inferior aos R$ 16 que Molina pagou, em média, para comprar sua atual participação.
Para este Natal, não são apenas os perus da Sadia que estão sendo engordados. Ao que tudo indica, a BRF fará o Natal da Marfrig mais feliz neste ano, com resultados mais positivos.
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