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A forte alta dos preços do açúcar nos mercados externo e doméstico voltou a beneficiar os resultados da Raízen no segundo trimestre desta safra 2023/24, encerrado em setembro, mas a empresa optou por ampliar os estoques da commodity no período para capturar uma rentabilidade ainda maior durante a entressafra, entre dezembro e março.
“O açúcar já está pagando muito mais que o etanol, mas o ‘casamento das telas’ [alusão ao mercado futuro] indica preços ainda melhores na entressafra”, afirmou Ricardo Mussa, CEO da Raízen, em conversa com jornalistas sobre os resultados da empresa entre julho e setembro. Para o etanol o executivo prevê dias melhores, e também houve carregamento de estoques para a entressafra.
Com a estratégia adotada, o volume de vendas de açúcar caiu 4,8% no segundo trimestre ante igual intervalo do ciclo 2022/23, para 3,266 milhões de toneladas, embora o processamento de cana tenha crescido quase 14%, e com um mix ainda mais “açucareiro”. O número inclui açúcar próprio e produto revendido e comercializado. O preço médio das vendas realizadas foi de R$ 2.497 por tonelada, com alta de 17,8% na comparação.
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Se o volume de vendas recuou, os estoques aumentaram e chegaram a 2,456 milhões de toneladas entre julho e setembro, ante 1,067 milhão de toneladas no primeiro trimestre e 1,512 milhão no segundo trimestre da temporada passada. Em 30 de setembro, a posição de volumes e preços de açúcar de cana própria desta safra 2023/24 fixados indicava 3,225 milhões de toneladas, a uma média de R$ 2.376 por tonelada.
No caso do etanol, as vendas alcançaram 1,404 milhão de metros cúbicos no segundo trimestre, 3,2% menos que um ano antes. O volume também inclui etanol próprio e biocombustível revendido e comercializado. O preço médio das vendas atingiu R$ 2.945 por metro cúbico, ainda com queda de 16,1% na comparação.
Os estoques de etanol, por sua vez, cresceram 8% na comparação anual, para 1,341 milhão de metros cúbicos. Em relação ao primeiro trimestre da safra atual, o aumento chega a 83%. Mais estoques para escoamento na entressafra indica a confiança da empresa com a valorização do biocombustível no curto prazo.
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No longo prazo, as perspectivas são alimentadas pelo aumento da produção de etanol de segunda geração e pela demanda adicional que deverá ser gerada por novidades como o combustível avançado de aviação (SAF), entre outras.
A Raízen fechou o segundo trimestre da safra atual com lucro líquido ajustado de R$ 181 milhões, ante R$ 1,1 milhão entre julho e setembro do ciclo 2022/23. O lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) ajustado cresceu 35,2%, para R$ 3,728 bilhões, e a receita líquida recuou 7,4%, para R$ 59,456 bilhões.
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