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Reduzir o endividamento é o principal foco da JBS no front financeiro neste quarto trimestre do ano, segundo o CEO da companhia, Gilberto Tomazoni. No campo operacional, a meta é aproveitar a queda de preços das matérias-primas e ampliar as margens nos negócios de carnes em geral e, particularmente, na controlada Seara, que também está ampliando a produção de itens de maior valor agregado.
Em teleconferência com analistas sobre o balanço da gigante de proteínas no terceiro trimestre, o executivo afirmou que a empresa está no caminho de recuperação de resultados e rentabilidade, com melhorias de gestão no Brasil e nos Estados Unidos. Tomazoni destacou que o caixa voltou a crescer e que a dívida foi reduzida e alongada.
A alavancagem em reais aumentou para 4,84 vezes de julho e setembro, em razão da queda do lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda), mas a expectativa é de queda considerável nos próximos trimestres. Até o fim deste ano, Tomazoni projetou que o índice cairá para cerca de 4 vezes, e que em 2024 voltará a ficar em 3 vezes. Isso levando-se em consideração as melhores perspectivas operacionais.
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No terceiro trimestre, a JBS registrou lucro líquido de R$ 572,7 milhões, 85,7% menor que no mesmo período de 2022. O Ebitda ajustado caiu 43,3%, para R$ 5,409 bilhões e a receita líquida consolidada da empresa recuou 7,6%, para R$ 91,41 bilhões. O fluxo de caixa livre foi de R$ 3,4 bilhões, com melhora de R$ 1,7 bilhão no capital de giro, influenciada pela redução de estoques.
O fluxo de caixa das atividades operacionais totalizou R$ 6,3 bilhões, e o das atividades de investimentos somou R$ 1,8 bilhão. A despesa financeira da dívida líquida de R$ 80,4 bilhões alcançou R$ 1,3 bilhão, 2,8% menos que em igual intervalo do ano passado, e o resultado financeiro líquido foi negativo em R$ 1,839 bilhão.
“A alavancagem aumentou no terceiro trimestre, mas reduzimos nossa dívida líquida em US$ 600 milhões, e alongamos o prazo médio de pagamento para 12 anos. Estamos entrando em um processo estrutural de desalavancagem neste quatro trimestre, e vamos continuar crescendo”, disse Tomazoni. Com emissões de notes e CRA, em setembro e outubro, será possível liquidar quase toda a dívida de curto prazo, segundo o CFO Guilherme Cavalcanti.
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Na linha do crescimento, o CEO realçou sobretudo as recentes inaugurações de novas fábricas de empanados de frango e salsichas da Seara em Rolândia, no Paraná. Com as unidades, a Seara cresce em produtos de maior valor agregado, ao mesmo tempo em que a queda dos preços dos grãos fortalece as margens na produção de carnes de frango e suína – cenário que também ajuda a controlada americana Pilgrim’s Pride.
Vale lembrar, também, que a JBS já indicou que vai fortalecer investimentos na Seara nos próximos anos, como fez nos últimos quatro anos. Os recursos da empresa para aportes tendem a aumentar caso a dupla listagem de ações, no Brasil e nos EUA, de fato saia do papel nos próximos meses. Segundo Tomazoni, as tratativas com a SEC, a agência americana reguladora do mercado de capitais, continuam em andamento.
“A receita líquida da Seara caiu no terceiro trimestre, mas a rentabilidade aumentou por causa da queda dos preços dos grãos”, disse Cavalcanti. No segmento de bovinos, a redução de patamar dos preços do boi no Brasil nos últimos meses é a notícia mais promissora. Na Austrália as cotações também estão em baixa.
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Nos Estados Unidos a oferta de gado continua baixa, mas, de acordo com Cavalcanti, a rentabilidade tende a subir com melhoras operacionais e comerciais. E a demanda por carne bovina no país está firme, mesmo com os preços mais elevados derivados da menor disponibilidade de matéria-prima.
O CFO pontuou, ainda, que o menor volume de carne bovina disponível, aliado ao aumento de preços dos cortes vendidos no varejo, também abre espaço para o aumento de vendas e preços das carnes de frango e suína no mercado americano.
A Pilgrim’s Pride foi a divisão da JBS com maior Ebitda no terceiro trimestre – R$ 2,195 bilhões, 25,7% menos que no mesmo período de 2022. Em seguida vieram JBS USA Pork (R$ 1,021 bilhão, alta de 2,2%), JBS Australia (R$ 664,6 milhões, aumento de 34,7%), Seara (R$ 566,4 milhões, queda de 68,2%), JBS Beef North America (R$ 502,7 milhões, baixa de 80,1%) e JBS Brasil (R$ 484,4 milhões, redução de 41,3%).
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