Minerva (BEEF3): ações caem mais de 13% após resultado decepcionar; atenção do mercado se volta para compra de ativos da Marfrig

CEO aposta na recuperação do mercado chinês e na presença na América Latina para compensar momento desafiador nos EUA

Camille Bocanegra

(Arte: Leonardo Albertino)
(Arte: Leonardo Albertino)

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A Minerva Foods (BEEF3), maior exportadora de carne bovina da América do Sul, divulgou seus resultados na noite de quarta-feira (8). A companhia encerrou o terceiro trimestre com lucro líquido de R$ 141 milhões, 0,3% menor que no mesmo período de 2022.

O lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) caiu 11,5% na comparação, para R$ 713,7 milhões, e a receita registrou queda de 16,2%, para R$ 7,068 bilhões.

Os dados foram recebidos de forma negativa pelo mercado e os papéis da companhia caíram 13,45%, cotados a R$ 6,82.

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Apesar disso, o CEO da companhia, Fernando Queiroz, considera que os movimentos externos podem favorecer a Minerva Foods nos próximos trimestres. “O mercado global de carne bovina segue bastante promissor” afirmou o CEO na teleconferência para comentário dos resultados apresentados.

Em relação ao mercado externo, o executivo confirmou confiança também na recuperação do mercado chinês, destacando que o país passa por processo de ocidentalização de hábitos e que poderá seguir como um dos drivers para a companhia nos próximos tempos.

Para fomentar ainda mais as vendas para o país, o CEO destacou que a carne proveniente da Colômbia agora poderá ser exportada para a China. A notícia é positiva para o nome, que possui plantas na Colômbia e é um dos líderes de exportação do país. A confiança no mercado global para proteína global foi confirmada pelo CFO da Minerva, Edison Ticle.

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Em relação aos resultados financeiros apresentados pela companhia, enquanto o CEO afirmou que o encerramento do trimestre se deu com liquidez confortável, o CFO destacou que a redução da dívida líquida, em mais de R$ 200 milhões, como um dos pontos de destaque dos números apresentados.

“Isso nos permite manter uma estrutura de capital equilibrada”, considera Ticle. A alavancagem da companhia ficou em 2,8 vezes e, ao final de setembro, 70% do total da dívida estava indexada à variação do dólar.

O CEO destacou que não há receios, em relação ao Brasil, sobre a demanda. O panorama é diferente para os EUA, uma vez que o executivo considera que o ciclo no país demorará para reverter. O aumento de demanda na América Latina poderá suprir a lacuna presente dos EUA, de acordo com Queiroz.

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Números abaixo do esperado 

O Itaú BBA aponta que o Ebitda, ou lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações, totalizou R$ 714 milhões, 6% a menos que a sua projeção.

“Como resultado, esperamos que os investidores revisem para baixo suas expectativas de Ebitda para o ano, provavelmente em direção à banda inferior da expectativa de R$ 2,8-3,0 bilhões, esperada há alguns meses”, avalia.

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O banco vê um baixo posicionamento dos investidores no papel, uma vez que a tese de investimento da companhia agora gira em torno da aprovação da aquisição de plantas de abate da Marfrig MRFG3) e da contribuição esperada dos novos ativos adquiridos.

Já o Bradesco BBI aponta o Ebitda abaixo do esperado, mas que o frigorífico gerou fluxo de caixa livre positivo (R$ 608 milhões) pelo segundo trimestre consecutivo, com a normalização do seu capital de giro retornando para R$ 581 milhões, enquanto a alavancagem financeira permaneceu praticamente estável ante o trimestre anterior, em 2,8 vezes (ante 2,7 vezes em 2T23).

O banco também destaca como grande catalisador para as ações as operações com a Marfrig.

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“A recuperação dos preços ainda está atrasada e isso apoia a nossa visão mais cautelosa sobre o nome. Embora as ações da Minerva estejam sendo negociadas a 3,7 vezes o múltiplo EV, ou valor da empresa, sobre o Ebitda esperado para 2024, um desconto de 18% em relação à sua média histórica, uma reavaliação dos múltiplos dependeria da capacidade da empresa de acelerar a eficiência dos ativos recentemente adquiridos da Marfrig”, aponta a casa.

O mercado parece cauteloso em relação à recente aquisição de ativos da Marfrig, afirma a casa e, portanto, o sucesso desta nova operação deverá ser a chave para uma recuperação dos preços das ações.

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