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O Bitcoin (BTC) atrai amor e ódio – seja do “sardinha” ou do grande investidor.
De um lado, há quem diga que a criptomoeda é revolucionária e semelhante ao ouro, funcionando como hedge (proteção) em momentos de crise. Do outro, os críticos afirmam que o ativo digital é uma grande pirâmide financeira, prestes a desmoronar e deixar os investidores no prejuízo.
A disputa entre “haters” e “lovers” é acirrada também nos currículos. Enquanto na lista de opositores há pelos menos dois economistas com Nobel de Economia, além de investidores de renome, na outra ponta há o homem mais rico do mundo, além de representantes de grandes gestoras de Wall Street.
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Os críticos do Bitcoin
Paul Krugman
Um dos principais críticos é Paul Krugman, que chegou a decretar o fim do BTC pelo menos 10 vezes em redes sociais e jornais. Uma das últimas foi em dezembro de 2022, em artigo publicado no The New York Times, logo depois da quebra da exchange FTX, até então uma das mais importantes do mundo.
Em um dos jornais mais influente do planeta, Krugman escreveu que blockchains (tecnologia base das criptomoedas) são inúteis e que o “inverno cripto” (período de quedas) daquela época acabaria com a indústria.
Krugman falou ainda que a ideia por trás da criação do BTC – de que a moeda seria uma alternativa para as pessoas fugirem do controle de bancos e dos bancos centrais, considerados responsáveis pela inflação – não se sustenta.
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“Bancos raramente roubam dinheiro de seus clientes, enquanto as instituições cripto mais facilmente sucumbem à tentação; e uma inflação extrema destruir o valor do dinheiro é algo que geralmente só acontece mediante caos político”, escreveu.
Joseph Stiglitz
O outro Nobel crítico da criptomoeda é Joseph Stiglitz, ex-economista chefe do Banco Mundial.
Em mais de uma ocasião, ele falou que os criptoativos facilitavam a lavagem de dinheiro e deveriam ser proibidos no mundo.
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Warren Buffet
No grupo contrário ao BTC também está ninguém menos que o megainvestidor Warren Buffett. Em 2018, ele disse que as criptomoedas “terão um final ruim” – o bilionário não soube precisar quando exatamente. Falou também que, apesar da visão pessimista, não tomaria uma posição “short” (contra) o ativo porque não tem conhecimento suficiente.
No início de 2022, Buffet voltou a criticar a moeda digital na conferência anual de acionistas da Berkshire Hathaway, sua holding. No evento, ele falou que o criptoativo não produz nada, e não compraria todo o Bitcoin do mundo nem por US$ 25.
Jorge Stolfi
A lista de opositores é grande e conta também com brasileiros. O principal é Jorge Stolfi, professor de ciências da computação da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). Para o docente, a criptomoeda é o “maior ponzi de investimento da história” e uma “ferramenta para lavagem de dinheiro” – frases ditas em seu perfil no X (antigo Twitter).
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Em um dos últimos tweets sobre o tema, Stolfi falou o seguinte: “Há dois tipos de investidores em Bitcoin: o otário, e o vigarista que espera tirar dinheiro dos otários. A única diferença é se o cara já percebeu que investir em Bitcoin é um Ponzi ou não”.
Os defensores do Bitcoin
Na guerra de narrativas em torno da principal criptomoeda do mercado também há pesos-pesados levantando a bandeira em prol do Bitcoin, principalmente em Wall Street.
Larry Fink
Larry Fink, CEO da BlackRock – a maior gestora de ativos do mundo – é um deles.
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Em entrevista recente à Fox Business, ele falou que o Bitcoin é semelhante ao “ouro digital”, além de ser um “ativo internacional”. Na época, a declaração do empresário fez o BTC disparar e atingir o maior preço em mais de um ano. No mês passado, ele afirmou também que o BTC é hedge para se proteger da turbulência macroeconômica.
Importante dizer que a BlackRock é um player importante que tenta de levar o Bitcoin para dentro do mercado tradicional – e ganhar dinheiro com isso, claro. A empresa é uma das gestoras na corrida para aprovar o primeiro ETF (fundo de índice) dos Estados Unidos com exposição direta à criptomoeda.
Caso seja aprovado, o produto de investimento, segundo players do setor, pode atrair bilhões em capital institucional.
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Cathie Wood
A “guru da inovação” Cathie Wood, gestora da Ark Invest, também é declaradamente apoiadora do Bitcoin – assim como Fink, ela tenta receber aval para lançar um ETF da criptomoeda no EUA. Nesta semana, em um podcast da Bloomberg, ela disse que apostaria inequivocamente no Bitcoin – em vez de ouro ou dinheiro – para se proteger contra a possibilidade de deflação na próxima década.
“O Bitcoin é uma proteção contra a inflação e a deflação porque não há risco de contraparte e as instituições quase não estão envolvidas. É ouro digital”, falou. Em julho, ela reforçou uma aposta audaciosa e disse que o BTC poderia chegar a US$ 1,5 milhão até 2030.
Elon Musk
Outro empresário que pode ser colocado no grupo apoiador do BTC é Elon Musk, a pessoa mais rica do mundo, com fortuna estimada pela em US$ 231 bilhões, segundo a Forbes. Ao longo dos últimos anos, o bilionário publicou diversos tweets sobre o mercado cripto, sendo inclusive acusado de pump and dump (uma forma de fraude que visa inflar um preço de um ativo para lucrar).
Sua empresa, a Tesla, tem a terceira maior participação em BTC para uma companhia de capital aberto. São 9.720 unidades de BTC, de acordo com dados do site bitcointreasury.net, o equivalente a US$ 184 milhões na cotação atual do dólar. Fica atrás apenas da MicroStrategy – fundada por outro apaixonado pelo Bitcoin, o empresário Michael Saylor – e da Marathon Digital Holdings.