PMI industrial da China cai para 49,5 em outubro, nível mais baixo desde julho

Empresas reduzem produção num contexto de crescimento lento de vendas globais, movimento que tem sido atenuado pela fraca demanda externa

Roberto de Lira

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O índice de gerentes de compras industrial da China caiu de 50,6 em setembro para 49,5 em outubro, ficando assim abaixo da linha da marca neutra de 50,0 – que separa a expansão da contração – pela primeira vez desde julho. O dado, divulgado nesta quarta-feira (1) pela S&P Global em parceria com o Caixin, também veio abaixo da projeção do consenso Refinitiv, que previa um PMI de 50,2.

Segundo a pesquisa, as empresas chineses registram queda na produção num contexto de crescimento mais lento das vendas globais, movimento que tem sido atenuado pela fraca demanda externa. Como resultado, os produtores de bens contraíram sua atividade de compra e reduziram os seus estoques.

O emprego em todo o sector também caiu, um ritmo mais rápido do que em setembro. Sobre os custos, os fabricantes sinalizaram na pesquisa o aumento mais rápido nos preços médios dos fatores de produção desde janeiro, gerando reajustes nos preços de venda.

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Wang Zhe, economista sênior do Caixin Insight Group, comentou que muitos dos dados econômicos da China relativos ao terceiro trimestre superaram as expectativas do mercado e que o consumo, especialmente no setor dos serviços, permanece resiliente. Ele alertou que a economia deu sinais ter atingido seu ponto mais baixo, mas que os alicerces da recuperação não são sólidos.

Segundo ele, a demanda ainda está fraca e permanecem muitas incertezas internas e externas.

“Em termos de política, a China implementou medidas para estabilizar as expectativas do mercado e impulsionar o consumo e o investimento. Mais recentemente, decidiu emitir um montante adicional de 1 bilhão de yuans em obrigações do Tesouro para apoiar a reconstrução pós-catástrofe e aumentar a capacidade de prevenção, mitigação e ajuda humanitária de catástrofes”.

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Ele argumenta que essa política facilitará o investimento em infraestrutura e ajudará a estabilizar a economia, mas seu impacto na melhoria da renda, do emprego e das expectativas das famílias continua sendo uma incógnita.