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A subida forte dos juros nos Estados Unidos e a falta de uma definição sobre os próximos passos do Federal Reserve (Fed, banco central americano) têm tirado o sono de muitos investidores. Com gestores de fundos, não é diferente.
A dúvida é se o movimento dos juros nos EUA respingará no Brasil, com o Banco Central alterando o tamanho e a velocidade dos cortes da Selic, iniciados em agosto.
Mas, ao menos por enquanto, a maior parte dos gestores de multimercados do tipo macro avalia que a autoridade monetária deverá manter o ritmo dos cortes em 0,50 ponto por reunião até o fim do ano — o que implicaria levar a Selic para 12,25% nesta quarta-feira (1) e depois para 11,75% ao ano no encontro de dezembro.
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É isso o que mostra uma pesquisa feita pela XP com 18 gestoras entre os dias 18 e 27 de outubro. As projeções para a Selic estão em linha com as estimativas do Relatório Focus, do Banco Central, que estão em 11,75% no fim do ano.
Ao mesmo tempo, os gestores têm revisado – para baixo – as expectativas para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que deve terminar o ano em 4,60%, abaixo dos 4,80% projetados pelas casas em setembro. Atualmente, o Focus prevê que o IPCA encerre 2023 em 4,63%.
Há revisão também nas expectativas para o Produto Interno Bruto (PIB) de 2023, que agora estão em 2,90%, abaixo dos 3,00% de setembro. O número está em linha com o Focus, que estima que o indicador avance 2,89% neste ano.
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Juros e Bolsa
Diante de um cenário mais nebuloso no exterior, as maiores convicções das gestoras têm se mantido nas posições aplicadas (que se beneficiam da queda) no juro nominal e real.
Já quando o assunto é Bolsa local, chama atenção que cresceu o número de casas que estão com uma visão neutra. Em outubro, o percentual chegou a 59%, acima dos 41% vistos em setembro.
Na passagem de setembro para outubro, também diminuiu o percentual de gestoras com visão positiva para as ações brasileiras, de 41% para 24%. O número é o menor desde maio deste ano.
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A cautela com o cenário tem reflexos também na alocação: nas pesquisas realizadas em agosto e setembro, 100% dos gestores com posição em Bolsa no Brasil estavam comprados (apostando na alta). Agora em outubro, o percentual caiu para 77%.
Da mesma forma, mais gestoras (23%) informaram que estão com alocações vendidas (que se beneficiam da queda) em ações brasileiras.
Aversão a risco
Em um mês marcado pelo aumento das taxas longas nos EUA e escalada das tensões no Oriente Médio, os gestores reduziram a percepção de risco. Atualmente, 53% apresentaram uma perspectiva neutra para a economia global, enquanto 41% se mostraram negativos, valor inferior ao observado na última pesquisa realizada em setembro (47%).
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Apesar disso, as casas aumentaram a exposição comprada em dólar, o que tende a ser uma proteção em momentos mais delicados.
Já sobre o real, gestores mostraram certo ceticismo de que a moeda apresente grandes variações até o fim do ano. Na visão das gestoras, o dólar deve encerrar este ano em R$ 5, projeção que se mantém desde junho.