Ataque a hospital de Gaza deixa centenas de mortos; Israel e palestinos trocam acusações

A Reuters não conseguiu verificar de forma independente quem foi o responsável pela explosão.

Reuters

Palestinos feridos em ataques chegam a Khan Yunis, no sul da Faixa de Gaza (Ahmad Hasaballah/Getty Images)
Palestinos feridos em ataques chegam a Khan Yunis, no sul da Faixa de Gaza (Ahmad Hasaballah/Getty Images)

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Cerca de 500 palestinos foram mortos em uma explosão em um hospital de Gaza nesta terça-feira, que as autoridades de saúde palestinas disseram ter sido causada por um ataque aéreo israelense, mas que os militares israelenses atribuíram ao lançamento fracassado de um foguete por um grupo militante palestino.

A explosão representa o incidente isolado mais sangrento desde que Israel lançou uma implacável campanha de bombardeios contra Gaza em retaliação a um ataque mortal do Hamas a comunidades do sul de Israel em 7 de outubro.

Também aconteceu na véspera de uma visita a Israel do presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, para mostrar apoio ao país na guerra contra o Hamas, que governa a Faixa de Gaza.

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A Reuters não conseguiu verificar de forma independente quem foi o responsável pela explosão.

A ministra da Saúde do governo de Gaza dirigido pelo Hamas, Mai Alkaila, acusou Israel de um massacre. Um chefe da defesa civil de Gaza disse que 300 pessoas foram mortas, e um funcionário do Ministério da Saúde disse que 500 pessoas morreram.

No entanto, os militares israelenses negaram a responsabilidade pela explosão no hospital Al-Ahli al-Arabi, na Cidade de Gaza, sugerindo que o hospital foi atingido por um lançamento fracassado de foguete pelo grupo militante palestino Jihad Islâmica a partir do enclave.

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“Uma análise dos sistemas operacionais das IDF indica que uma barragem de foguetes foi disparada por terroristas em Gaza, passando nas proximidades do hospital Al Ahli em Gaza no momento em que foi atingido”, disse um porta-voz das Forças de Defesa de Israel (IDF, em inglês) em comunicado.

“Informação de múltiplas fontes que temos em mãos indica que a Jihad Islâmica é responsável pelo lançamento fracassado do foguete que atingiu o hospital em Gaza”, disse.

Daoud Shehab, porta-voz da Jihad Islâmica, disse à Reuters: “Isso é uma mentira e uma invenção, é completamente incorreto. A ocupação está tentando encobrir os horríveis crimes e massacres que cometeram contra civis.”

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Na cidade ocupada de Ramallah, na Cisjordânia, as forças de segurança palestinas dispararam gás lacrimogêneo e granadas de efeito moral para dispersar manifestantes que atiravam pedras e gritavam contra o presidente palestino, Mahmoud Abbas, à medida que a raiva popular aumentava após a explosão.

Confrontos com as forças de segurança palestinas eclodiram em várias outras cidades da Cisjordânia, que é governada pela Autoridade Palestina, de Abbas, na noite desta terça-feira, de acordo com testemunhas.

Mais cedo nesta terça-feira, a agência das Nações Unidas para os refugiados palestinos, UNRWA, disse que um ataque aéreo israelense matou pelo menos seis pessoas em uma de suas escolas que funciona como abrigo para pessoas deslocadas.

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As autoridades de saúde em Gaza dizem que pelo menos 3.000 pessoas foram mortas nos 11 dias de bombardeios de Israel desde que militantes do Hamas invadiram cidades e kibutzes israelenses em 7 de outubro, matando mais de 1.300 pessoas, principalmente civis.

Israel arrasou partes da densamente urbanizada Gaza com ataques aéreos, expulsou cerca de metade dos seus 2,3 milhões de habitantes das suas casas e impôs um bloqueio total ao enclave, suspendendo alimentos, combustível e fornecimentos médicos.