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O Banco Central está avançando no processo de Open Finance, mas ainda há problemas a serem resolvidos em termos de comparabilidade de informações, afirmou o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, durante palestra no Brazil Payments Forum, promovido pelo Banco JPMorgan, em São Paulo.
“Nosso Open Finance está aí. São mais de 35 bilhões de chamadas de API. A pessoa consegue entrar no celular, pegar dados ou informações de outro banco, através de outro aplicativo, muita gente está fazendo isso já”, afirmou Campos Neto, acrescentando que, apesar disso, ainda está faltando melhorar a qualidade dos dados disponíveis.
E complementou: “A gente ainda está num processo de homogeneizar os dados. É muito importante que os dados sejam comparáveis e isso ainda é um problema. Estamos está evoluindo.”
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Ele ressaltou que a próxima etapa na evolução da digitalização do sistema é a adoção da moeda digital, o Drex.
Campos Neto disse que o Banco Central também avança neste sentido, resolvendo um problema intrínseco à criação de moedas digitais por bancos centrais, que é a convivência entre os criptoativos e a moeda física.
Um dos dilemas, segundo ele, é que se todos resolverem trocar a moeda física pela representação digital, isso prejudicaria a capacidade de oferta de crédito dos bancos.
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Ele ressaltou que as soluções discutidas em fóruns internacionais — como limitar a oferta de moeda digital — eram ruins, e que o BC precisou investir tempo para encontrar uma solução regulatória razoável
“A solução oferecida na época era: se houvesse demanda muito grande por moeda digital, faz juros negativo nela e equaliza demanda e oferta. Imagina ter que mexer nos juros da moeda digital todo dia ou semana”, disse ele.
“Pensamos numa solução mais natural. Por que não faz a tokenização de depósitos? Bloqueia um depósito e emite um token. Primeiro porque já tenho todo um conjunto de regras legais para depósitos, segundo porque se o banco for tokenizar, vai olhar os ativos de forma mais digital, há um ganho de eficiência”, acrescentou.
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Efeitos do Pix
Durante a palestra, Campos Neto também destacou os avanços da digitalização de pagamentos com o Pix.
“Foi crescendo em adesão e teve gente que abriu conta para usar. Por um lado os bancos não estão coletando tarifa de pagamento com outras modalidades de transações, mas tem milhões de contas novas cujo único uso quase é Pix. Há modelos de negócio que só existem por causa do Pix”, disse ele, acrescentando que um estudo do Banco de Compensações Internacionais (BIS, em inglês) mostra que aumento na formalização da mão de obra por causa dos pagamentos digitais.