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Queda de sinistralidade, ampliação da participação percentual no Brasil, renegociação de contratos e a melhora dos índices regulatórios foram os destaques do segundo trimestre de IRB (IRBR3), na avaliação da diretoria.
Em teleconferência de resultados nesta terça-feira (15), o CEO Marcos Falcão afirmou que o objetivo é retomar a rentabilidade e, em 2024, mostrar excelentes resultados para os acionistas.
A ação teve volatilidade na sessão após a divulgação dos resultados. Os ativos IRBR3 fecharam em alta de 1,80% (R$ 39,56), enquanto na mínima caíram 5,89% (R$ 36,57) e subiram 7,64% (R$ 41,83) na máxima.
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O segundo trimestre de IRB foi marcado por mudança de sede, a 3ª emissão de debêntures no valor de até R$ 250 milhões, a renovação de contratos internacionais e a reorganização da diretoria estatutária.
“Estamos chegando aos poucos à normalidade”, celebrou o CEO. Ele diz que o objetivo do IRB segue na consolidação da participação no Brasil, alavancando suas vantagens competitivas.
A estratégia que a diretoria vem perseguindo, trimestre após trimestre, é ter 80% de suas operações no Brasil, alavancando as vantagens competitivas no mercado local. Assim, a empresa elevou sua participação de negócios no Brasil de 57% (no 2T21) para 71% (no 2T23).
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Já os negócios internacionais tiveram redução de participação de 30% no 2T21 para 16% no 2T23, segundo Daniel Castillo, Vice-Presidente de Subscrição.
Os contratos da companhia continuam a ser renegociados e cerca de 80% dos negócios de interesse da empresa foram renovados no 2T23. “Reduzimos participação sempre com objetivo de ter carteiras mais equilibradas e com maiores rentabilidades”, afirma Castillo.
Perguntado sobre os impactos de contratos antigos nos resultados da companhia, Daniel Castillo afirmou que a cada trimestre este impacto é atenuado. Segundo ele, para 2024, 80% dos resultados de IRB serão de novos negócios. “Focamos em disciplina total, com negócios de boa qualidade e pensando sempre na rentabilidade. Até o fim do ano vamos concluir a limpeza de carteira”, destacou.
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No 2T23, o IRB voltou a registrar retenção de prêmios. O indicador saiu de 52% no 3T22 para 79% no 1T23 e 74% no 2T23.
“Na medida em que observamos mais riscos, estamos conseguindo reter mais e retroceder menos. Houve redução de prêmios ganhos no 2T23 tanto no exterior quanto no Brasil, resultado de nossa estratégia de limpeza, com carteira de mais qualidade e com menores exposições”, afirma Rodrigo Botti, CFO.
Segundo ele, a empresa mantém suas provisões técnicas robustas de forma prudencial para enfrentar os riscos da carteira.
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Questionado sobre o impacto da redução das taxas de juros na companhia, Paulo Valle, diretor do IRB Asset, afirmou que o movimento contribui para os resultados da empresa. “Vemos queda de taxa paulatinamente, mas a taxa de juros ainda é muito alta no Brasil”, destacou.
Avanço nos índices regulatórios
Desde que a IRB sofreu desenquadramento regulatório em 2022, todos os trimestres os investidores acompanham de pertos os indicadores analisados pelos reguladores. No 2T23, o índice combinado de IRB chegou a 108%, que não é o ideal, mas mostra grande avanço, afirma o CFO Rodrigo Botti. Ele destaca ainda que o fluxo de caixa operacional de R$ 1,152 milhão negativo no 2T23 não afetou o índice regulatório.
O IRB conclui o semestre com indicadores regulatórios em patamares confortáveis, segundo Thaís Ricarte Peters, Diretora Executiva de Controles Internos, Riscos e Conformidade. A companhia atingiu o melhor índice regulatório desde setembro de 2021 considerando a suficiência regulatória do patrimônio líquido ajustado. O indicador chegou a R$ 323 milhões ou 288%. Já a suficiência de garantia terminou 2T23 em R$ 519 milhões, melhor índice desde junho de 2021.
Os resultados, diz Thaís, refletem o conjunto de melhorias que a companhia vem implementando ao longo deste ano, assim como a gestão eficiente e a atividade orgânica de IRB.
Perguntado sobre uma possível oferta de ações de IRB, o CEO negou que o movimento esteja na mesa agora. Marcos Falcão afirmou que a colocação de ações ou oferta pra cobrir reservas e problemas do passado está completamente descartada. “Mas pra crescer o IRB e gerar retorno para o acionista, vamos conversar mais para frente para vislumbrar um ótimo retorno pro investidor”, ponderou.
Visão dos analistas
O JPMorgan apontou que o lucro ficou praticamente em linha com o que projetava (R$ 17 milhões). O número um pouco acima do esperado com ajuda dos impostos.
O banco nota que há um foco claro da administração da empresa em reduzir o negócio para recuperar a lucratividade, o que é bem-vindo. O rural doméstico foi um vento contrário às perdas (99% de sinistralidade), mas os demais segmentos se comportaram bem, levando a sinistralidade total para 74%. O principal destaque negativo no trimestre foram os resultados financeiros em R$ 96 milhões, “sem brilho”. O JPMorgan segue com recomendação underweight (exposição acima da média do mercado, equivalente à venda) para os ativos.
A Genial Investimentos também tem recomendação de venda para IRBR3, com preço-alvo de R$ 35.
Para os analistas, com o segundo trimestre consecutivo de lucro, o IRB aparenta estar finalmente saindo do longo período de prejuízos trimestrais frutos de uma gestão desleal em meio a uma pandemia.
“A resseguradora reportou um lucro de R$ 20 milhões (ROE de 2,0%), um pouco abaixo das nossas estimativas de R$ 26 milhões e metade dos R$ 40 milhões das expectativas do consenso. Apesar do número mais baixo que o mercado esperava, a empresa vem mostrando evoluções positivas em diversas linhas operacionais”, avalia a Genial.
Contudo, apesar da evolução construtiva nos resultados, a Genial ainda tem muitas dúvidas da trajetória e da rentabilidade normalizada da resseguradora que são insumos para a avaliação da resseguradora.
“De qualquer forma, estamos melhorando de maneira relevante o preço alvo do IRB, saindo de R$ 28,2 para R$ 35,0, reduzindo a taxa de desconto para fatorar uma entrega agora mais concreta da reestruturação da companhia e melhorando nossas estimativas de longo prazo”, avalia.
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