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A decisão (não tão inesperada) da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) de não habilitar o Consórcio Gênesis para os dois lotes arrematados no leilão de transmissão realizado no fim de junho, terá implicação direta para uma empresa com capital aberto: a Isa Cteep (TRPL4).
O consórcio, formado pelas empresas The Best Car Transporte de Cargas e Entec Empreendimentos Eireli, agentes desconhecidos do setor de energia, havia arrematado os lotes 1 e 8.
Na disputa pelo lote 1, venceu a disputa com outros 10 proponentes (sendo a segunda melhor proposta a da Isa Cteep), com uma oferta de Receita Anual Permitida (RAP) de R$ 174,05 milhões, o equivalente a um deságio de 66,18% em relação à RAP máxima estipulada pela Aneel. No caso do lote 8, superou propostas de outros seis grupos, com lance de R$ 19,54 milhões, deságio de 55,35% em relação à RAP máxima estabelecida pela agência.
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O lote 1 correspondia ao segundo maior do leilão, com 1.116 quilômetros de linhas de transmissão entre a Bahia e Minas Gerais, que exigirão R$ 3,156 bilhões em investimentos. Já o lote 8 contemplou uma linha da região metropolitana de Recife, com investimentos estimados em R$ 259,46 milhões.
Para o Itaú BBA, esta é uma decisão significativa do regulador, uma vez que o Lote 1 é o segundo maior lote do leilão e com papel fundamental na integração entre as regiões Nordeste e Sudeste.
Com base no regulamento do leilão, aponta o BBA, o lance da Cteep (segundo melhor) já deve ser definido como vencedor do lote, com redução da Receita Anual Permitida (RAP) máxima de 45% (versus os 66% de deságio oferecidos pelo Genesis), o que implica uma relação capex/RAP de 11,1 vezes (versus a média observada no leilão de 11,6 vezes).
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“Esperamos que o Consórcio Genesis entre com um pedido de liminar, tentando derrubar a decisão da agência reguladora. No entanto, vemos pouco espaço para uma reivindicação legal bem-sucedida”, avaliam.
Os analistas ainda apresentaram algumas premissas do lote, considerando algumas suposições compartilhadas pela Cteep com investidores.
“Embora a empresa não tenha fornecido mais detalhes sobre capex, assumimos em nossa análise de sensibilidade um desconto de 15% no capex da Aneel, que está de acordo com o histórico da empresa. Se usarmos essas suposições, nossa TIR [Taxa Interna de Retorno] alavancada real para o lote 1 seria de 7,5%, com um VPL [Valor Presente Líquido] de R$ 43 milhões”, avalia o banco.
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O BBA também considera que a TIR alavancada do lote 1 poderia ser de 9,3% com VPL de R$ 168 milhões, considerando benefícios fiscais se a dívida fosse emitida no nível da holding.
“Acreditamos que, considerando as premissas apresentadas acima, o retorno implícito parece justo”, aponta.
Os analistas do banco possuem recomendação marketperform (desempenho em linha com a média, equivalente à neutra) para TRPL4, com preço-alvo de R$ 26,90, ou alta de 4,8% frente o fechamento da véspera. Nesta sexta, às 12h (horário de Brasília), os ativos subiam 1,40%, a R$ 26,02.
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