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O Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas se reúne nesta sexta-feira (21) para discutir as consequências humanitárias da retirada da Rússia da Iniciativa do Mar Negro, após a Rússia se negar nesta semana a renovar o acordo de exportação de grãos ucranianos, ameaçar atacar navios na região e iniciar uma série de bombardeios a cidades portuárias no país.
Na quinta-feira (20), em um comunicado divulgado por um porta-voz da ONU, o secretário-geral António Guterres disse que os ataques “contradizem” os compromissos da Rússia sob o memorando de entendimentos ativo. Esse documento, segundo Guterres, diz que a Rússia “facilitará a exportação desimpedida de alimentos, óleo de girassol e fertilizantes dos portos controlados pela Ucrânia no Mar Negro”.
“O secretário-geral também lembra que a destruição de infraestrutura civil pode constituir uma violação do direito humanitário internacional. Esses ataques também estão tendo um impacto muito além da Ucrânia”, disse o porta-voz. “Já estamos vendo o efeito negativo nos preços globais do trigo e do milho, o que prejudica a todos, mas especialmente as pessoas vulneráveis no Sul Global.”
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A coordenadora da ONU na Ucrânia, Denise Brown, também condenou os ataques, dizendo ter ficado horrorizada com as imagens de destruição vindas da região de Odesa. “Esse porto civil é uma linha de vida crucial para a Ucrânia e para as pessoas mais pobres do mundo que dependem dos grãos ucranianos. E foi severamente danificado em ataques maciços”, afirmou em comunicado. “Isso é desumano e contra o direito humanitário internacional”, acrescentou.
A Rússia manteve os ataques às cidades portuárias pela quarta noite seguida nesta sexta-feira e a Ucrânia ameaçou retaliar qualquer ataque a embarcações após a ameaça russa de considerar navios ucranianos de qualquer espécie como alvos militares.
Segundo informações da AP, mísseis russos atingiram na região de Odessa, destruindo 100 toneladas de ervilhas e 20 toneladas de cevada. Duas pessoas ficaram feridas, disseram autoridades ucranianas.
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Enquanto isso, presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, que foi figura fundamental para o acordo de exportação de grãos assinado no ano passado, ainda tenta trazer o presidente russo Vladimir Putin de volta às negociações para a extensão do memorando.
A uma agência de notícias estatal, ele expressou confiança de que o acordo de grãos com a Ucrânia pode ser retomado, mas pediu ao Ocidente que atenda às exigências russas de interromper algumas sanções.
“Acredito que garantiremos a continuação conversando detalhadamente com o Sr. Putin. Os países ocidentais devem agir em relação às expectativas de Putin”, disse ele à agência Anadolu.