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Na segunda-feira (17), o Japão suspendeu compras de carne de frango proveniente de Santa Catarina após registro de gripe aviária em quatro aves de subsistência, de fundo de quintal, no sul do estado.
O impacto da suspensão deve ser parcialmente absorvido por unidades frigoríficas de outros estados. Segundo a ABPA (Associação Brasileira de Proteína Animal), casos detectados em aves silvestres e domésticas não impactam o status sanitário do Brasil.
“A notícia é negativa para o setor, mas esta decisão não está em conformidade com as orientações da Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA), dado não terem sido encontrados casos em aves comerciais. Assim, não esperamos que demais países repliquem esta decisão”, avalia a Genial.
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Na noite da véspera, o Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) emitiu nota afirmando que o ministro da pasta, Carlos Fávaro, garantiu que a retomada das exportações de carne de frango de Santa Catarina para o Japão será a prioridade da missão do Mapa a Tóquio, na próxima semana.
“O Japão está tendo um protocolo mais rígido, que está sendo revisado pelo mundo todo. Então passou a ser prioridade número um da nossa missão. Já estamos em tratativas para rediscussão desse protocolo, já que o Brasil continua com garantia de sanidade”, disse o ministro.
Na avaliação do Bank of America, a notícia da suspensão do Japão é relevante tanto na frente econômica quanto social, pois estabelece questões de segurança alimentar sem precedentes para as duas nações.
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Neste contexto, os analistas do banco mantiveram recomendação neutra para as ações da BRF (BRFS3), destacando a empresa como a mais exposta a este evento. “Apesar do momento positivo para preços de commodities e do follow-on executado recentemente pela empresa, as exportações permanecem lentas e as potenciais suspensões devido à gripe aviária são um risco importante a curto prazo”, avalia o banco.
Os analistas do banco ressaltam que a exportação de frango de SC para o Japão representa cerca de 4% das exportações do Brasil e 40% do volumes para o país. O Japão importa aproximadamente 300 mil toneladas por ano de Santa Catarina, ou US$ 900 milhões nos preços atuais.
“O Japão é um dos principais parceiros comerciais do Brasil quando se trata de aves. Nos últimos 25 anos, o Japão esteve fora dos três principais parceiros de exportação apenas uma vez, sendo geralmente o segundo ou terceiro maior destino da carne de frango do Brasil”, avalia o BofA.
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Além disso, Santa Catarina representa 10% do fornecimento para consumo japonês de aves. O Japão consome 2,8 milhões de toneladas de aves por ano, das quais 38% são importadas. O Brasil é um dos maiores fornecedores do Japão, representando de 70% a 80% do seu volume importado.
Para compensar a suspensão, o Japão pode buscar abastecimento de outros estados, como Paraná, Goiás e Rio Grande do Sul.
O BofA avalia que, além de BRF, empresa mais exposta aos novos desdobramentos, JBS (JBSS3) figura como a segunda empresa com maior exposição à sanção.
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“Estimamos que o Japão represente entre 3% e 4% do faturamento da BRF. Estimamos que 30% disso seja produzido em SC”, avalia. Já a exposição da JBS às exportações de aves do Brasil para o Japão é inferior a 1% do faturamento e a empresa conta com mitigadores como a produção de aves nos Estados Unidos, que deve compensar parcialmente os problemas nas exportações do Brasil.
Casos no Rio Grande do Sul e Paraná, além de possíveis suspensões de outras nações, devem ser monitorados. “Essas suspensões também podem criar riscos de queda para os preços domésticos à medida que os volumes são transferidos para os consumidores brasileiros”, finaliza a casa.
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