Após reunião com Lula, comandante do Exército barra ida aos EUA de militar suspeito de incitar golpe

Jean Lawand Junior permanecerá no Brasil e vai prestar esclarecimentos

Reuters

Brasília (DF), 19/04/2023 - O comandante do Exército, General Tomás Paiva, e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, e o durante cerimônia comemorativa do Dia do Exército, no Quartel-General do Exército, em Brasília. Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil
Brasília (DF), 19/04/2023 - O comandante do Exército, General Tomás Paiva, e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, e o durante cerimônia comemorativa do Dia do Exército, no Quartel-General do Exército, em Brasília. Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

Publicidade

O comandante do Exército, Tomás Paiva, determinou que o coronel do Exército Jean Lawand Junior, que supostamente incitou um golpe de Estado em mensagens trocadas com o ajudante de ordens do então presidente Jair Bolsonaro, não seja enviado para uma missão diplomática nos Estados Unidos prevista para o início do próximo ano.

O militar permanecerá no Brasil e vai prestar esclarecimentos, informou a assessoria de imprensa do Exército. Lawand Junior serve atualmente no Escritório de Projetos Estratégicos do Estado-Maior do Exército e havia sido selecionado, por mérito, para ocupar o posto nos EUA ainda em 2020.

A decisão de cancelar a viagem ocorreu após o comandante do Exército e o ministro da Defesa, José Múcio Monteiro, terem se reunido na hora do almoço com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em encontro que não constava inicialmente da agenda do chefe do Executivo.

Newsletter

Liga de FIIs

Receba em primeira mão notícias exclusivas sobre fundos imobiliários

E-mail inválido!

Ao informar os dados, você concorda com a nossa Política de Privacidade.

Diálogos entre Lawand Junior e o então ajudante de ordens de Bolsonaro, Mauro Cid, foram revelados em relatório da Polícia Federal feito a partir de dados que constam do celular apreendido do ex-assessor presidencial, cujo teor foi publicado pela revista Veja.

No aparelho de Cid, também foi revelado um documento com instruções para um suposto golpe de Estado.

Além do documento, a PF identificou no celular de Cid conversas entre os dois militares em que Lawand Junior pressionava o então assessor de Bolsonaro a dar um golpe de Estado, segundo a Veja.

Continua depois da publicidade

Em uma das ocasiões, o auxiliar respondeu a Lawand Junior: “Mas o PR (presidente da República) não pode dar uma ordem… se ele não confia no ACE”, uma referência ao Alto Comando do Exército. Em outro momento, instado, ele disse ao militar: “Muita coisa acontecendo”, de acordo com a revista.

Procurada pela Reuters, a defesa de Cid disse que “todas as manifestações defensivas serão feitas apenas nos autos do processo”. Não foi possível localizar Lawand Junior ou representantes de imediato.

A defesa do ex-presidente, por sua vez, disse que os novos diálogos “comprovam, mais uma vez, que o presidente Bolsonaro jamais participou de qualquer conversa sobre um suposto golpe de Estado”.

Continua depois da publicidade

Em nota mais cedo, o Exército havia informado incialmente, a propósito da troca de mensagens entre Lawand Junior e Cid, que “opiniões e comentários pessoais não representam o pensamento da cadeia de comando do Exército Brasileiro e tampouco o posicionamento oficial da Força”, destacando ser uma instituição de Estado e apartidária.

O Exército ressaltou que “eventuais condutas individuais julgadas irregulares serão tratadas no âmbito judicial, observando o devido processo legal” e que, na esfera administrativa, “as medidas cabíveis já estão sendo adotadas no âmbito da Força”.

Newsletter

Infomorning

Receba no seu e-mail logo pela manhã as notícias que vão mexer com os mercados, com os seus investimentos e o seu bolso durante o dia

E-mail inválido!

Ao informar os dados, você concorda com a nossa Política de Privacidade.