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Por Guy Faulconbridge
MOSCOU (Reuters) – A fabricante russa de armas Kalashnikov, fabricante do fuzil de assalto mais usado no mundo, disse nesta sexta-feira que está lançando uma nova divisão para a produção de drones kamikaze, uma das principais armas usadas na guerra da Ucrânia.
Depois que as forças ucranianas usaram veículos aéreos não tripulados de fabricação ocidental, israelenses e turcos com eficiência mortal nos primeiros meses da guerra, a Rússia começou a usar drones Shahed fabricados no Irã enquanto aumentava sua própria produção.
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“A Kalashnikov está iniciando uma nova produção de veículos aéreos não tripulados”, disse a empresa, com sede em Izhevsk, a maior produtora de armas automáticas e artilharia guiada da Rússia, em comunicado.
Uma nova divisão da empresa se concentrará na produção da chamada munição vagante, ou drones kamikaze, que são detonados assim que um alvo é identificado.
“A principal tarefa da divisão é a produção de complexos com munições vagantes guiadas. Os complexos são projetados para destruição de alta precisão de alvos terrestres inimigos remotos individuais e em grupo.”
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A Kalashnikov, batizada em homenagem a Mikhail Kalashnikov, criador do fuzil AK-47, também produzirá lançadores, tecnologia de controle e pesquisa e desenvolvimento.
“Em 2024, poderemos aumentar em várias vezes o número de veículos aéreos não tripulados produzidos em nosso nicho tradicional — munições vagantes e drones de reconhecimento”, disse o presidente da Kalashnikov, Alan Lushnikov. Ele não deu números.
Os drones, que em uma forma inicial foram usados pelos Estados Unidos na ex-Iugoslávia na década de 1990, tornaram-se uma ferramenta importante para os militares de todas as grandes potências, coletando inteligência e destruindo alvos.
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A Ucrânia disse na sexta-feira que a Rússia lançou 31 drones contra o país durante a noite, enquanto Moscou informou que dois drones atingiram a cidade de Krasnodar, no sul da Rússia.
O presidente da Rússia, Vladimir Putin, disse no mês passado que a indústria russa de drones poderá em breve valer mais de 12 bilhões de dólares, uma vez que um plano para aumentar a produção seja implementado.
Putin pediu um aumento na produção de drones. O primeiro vice-primeiro-ministro Andrei Belousov disse que até o final de 2026, a Rússia deve ser capaz de fabricar 18 mil drones por ano.