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SÃO PAULO – Ter filhos é maior alegria da vida de muitos casais. No entanto, é importante preparar-se financeiramente para criá-los, porque os custos envolvidos não são baixos. De acordo com o educador financeiro e presidente da DSOP Educação Financeira, Reinaldo Domingos, dos exames durante a gravidez ao final da pós-graduação, um casal gasta, em média, R$ 509 mil com um filho.
As despesas, obviamente, variam dependendo dos hábitos e das possibilidades da família que receberá o novo membro, mas, segundo o educador, 30% da renda mensal é a média que um casal gasta do nascimento à formatura do herdeiro. Nessa conta, foi considerada uma família brasileira de classe média.
Embora a quantia de meio milhão pareça assustadora, é bom lembrar que esse gasto será diluído ao longo de 25 anos. “Quanto mais tempo para planejar a chegada da criança, melhor. Assim a família consegue colocar no papel os ganhos e os gastos, tendo uma base de quanto dinheiro vai ser necessário para arcar com as despesas”, explica Domingos.
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O casal também deve adaptar o orçamento e tentar reduzir os gastos mais supérfluos, para criar, o quanto antes, uma reserva dedicada aos custos da criança. Se esse valor for investido, os rendimentos farão com que os custos mensais pesem menos.
Investimentos
Na hora de escolher o investimento dedicado aos gastos do filho, o casal deve sentar e analisar seus objetivos. A educadora financeira Cássia D’Aquino, especialista em educação financeira infantil, aconselha o casal a seguir aquela famosa regra de não colocar todos os ovos em uma única cesta. “O investimento ideal é aquele que vai misturar a segurança de um investimento conservador – como o de renda fixa – com um pouco de risco, como um fundo de ações.”
A educadora diz ainda que os pais devem levar em conta o poder dos juros sobre juros contabilizados ao longo dos anos. Alguém que invista apenas R$ 100 mensais em um plano de previdência, por exemplo, terá R$ 23 mil após 14 anos. Além dos juros, outra vantagem desses planos é tributária, já que o Imposto de Renda pago pode ser menor em determinados casos.
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Como regra geral, ela aconselha não perder de vista que, quanto menos tempo você tiver para investir, mais conservadores seus investimentos deverão ser. Portanto, se você começar antes do nascimento, é possível tomar mais risco e garantir mais ganhos.
Faculdade: vale a pena investir com esse objetivo?
Uma das maiores preocupações dos novos pais é ter recursos para garantir a educação de seus filhos. De acordo com os especialistas, duas atitudes irão garantir o sucesso de financiar a faculdade deles: a capacidade de poupar e investir. Para isso, criar na família uma estratégia financeira que permita esse dois fatores é primordial.
Cássia D’Aquino explica que é importante criar uma conta-poupança ou investimento separado para esse objetivo. No entanto, nem tudo precisa ser levado a ferro e fogo. “Muitas vezes os pais fazem uma poupança com o objetivo de pagar a faculdade dos filhos e, quando o jovem chega à idade de ingressar em uma universidade, ele descobre que não quer ter uma formação superior, talvez por ser um empreendedor nato com vocação para abrir um negócio próprio. Isso acaba gerando uma frustração nos pais. Vale mais a pena então deixar o objetivo dessa poupança em aberto.”
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A especialista ressalta ainda a importância da educação financeira para os filhos desde crianças. Para ela, os pais devem sempre adotar atitudes que façam com que a criança entenda o valor do dinheiro desde cedo. Ela aconselha, por exemplo, que, assim que o jovem ingressar no mercado de trabalho, os pais permitam que ele contribua com o orçamento familiar.
“Uma contribuição inicial, mesmo que simbólica, é importante, porque isso assegura o jovem de que ele se tornou um adulto”, afirma Cássia. “Incentivar que o filho invista assim que começar a ter uma renda mensal também traz bons resultados para ele e para a família. Ele vai poder contribuir na hora de comprar o primeiro carro ou fazer um intercâmbio, por exemplo.”
Os gastos começam antes |
Ao descobrir que se espera um filho, já é hora de contabilizar os custos de uma criança e começar a investir. Antes mesmo do nascimento, os gastos com móveis e pré-Natal chegam a R$ 15 mil. Abaixo Reinaldo Domingos mostra quanto gasta um filho ao longo da vida. De zero aos dois anos Porém, não são todas as mães que têm a possibilidade de deixar de trabalhar para cuidar dos filhos em tempo integral. Então, também é preciso levar em conta o valor de uma creche ou uma babá, caso a criança não possa ficar na casa de um parente, como os avós. Nesse caso, a conta aumenta mais R$ 24 mil. Dos três aos seis anos Dos sete aos 14 anos Dos 15 aos 18 anos Após os 18 anos, já é possível tirar a CNH (Carteira nacional de Habilitação), e alguns até chegam a ganhar um carro dos pais. Os custos do curso de motorista e da manutenção do carro, como gasolina, IPVA (Imposto sobre a Propriedade de veículos Automotores) e seguro, chegam a R$ 68,2 mil. Dos 19 aos 25 anos Outros gastos |
Essa matéria foi publicada na edição 41 da revista InfoMoney, referente ao bimestre novembro/dezembro de 2012. Para tornar-se um assinante da revista, clique aqui.