CVC (CVCB3): com escolha de novo CFO e ajuste, ações saltam 11% e lideram ganhos do Ibovespa, mas cautela do mercado continua

Um alívio para a CVC (CVCB3)? Após uma quinta-feira de queda para os seus ativos com repercussão da saída do CEO, mesmo em um dia de forte alta para o Ibovespa em geral, a companhia de turismo anunciou na noite de ontem que pelo menos uma das suas questões foi endereçada.

A CVC anunciou na quinta-feira pós-fechamento do mercado Carlos Wollenweber como novo diretor financeiro e de relações com investidores. As ações, que já abriram em alta, ganharam forças, também em um dia positivo para o mercado, e fecharam a sessão desta sexta-feira em alta de 11,19%, a R$ 2,98, também em um movimento de ajuste, sendo a maior alta do dia entre as ações que compõem o Ibovespa. Cabe lembrar que, no ano, os papéis caem 33,63% no ano, a segunda maior queda do índice.

Wollenweber, eleito pelo Conselho de Administração, assumirá a posição em 29 de maio, segunda-feira, disse a CVC em fato relevante. Wollenweber teve experiências recentes no setor imobiliário, em especial na Even (EVEN3).

A CVC viu seu presidente-executivo e seu diretor financeiro e de relações com investidores renunciarem recentemente. A companhia informou na quarta, também em fato relevante, que Leonel Andrade, no comando da empresa desde abril de 2020, renunciou ao cargo de presidente-executivo.

O antigo diretor financeiro e de relações com investidores Marcelo Kopel já havia renunciado em abril.

“No geral, saudamos o anúncio de Wollenweber. Ele é um CFO experiente e carrega extenso histórico de reestruturação financeira. E, neste contexto, ele deve liderar o processo de capitalização necessário esperado para ao longo do segundo semestre, pois a empresa está comprometida com um mínimo de R$ 125 milhões para reduzir a dívida”, aponta o JPMorgan. O banco, contudo, tem estimativas de que a empresa precisa de cerca de R$ 1 bilhão para resolver seus problemas de estrutura de capital.

Nas estimativas do banco, a CVC deve terminar o ano com uma alavancagem de 5,3 vezes a dívida líquida sobre o Ebitda ajustado (lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações), embora a renegociação da dívida recente tenha removido as principais pressões dos vencimentos do ST.

Apesar de ver a notícia como positiva, o JPMorgan segue com recomendação underweight (exposição abaixo do mercado, equivalente à venda), vendo uma perspectiva operacional desafiadora.