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Ibovespa avança 1,15% e volta aos 110 mil pontos, após IPCA-15 derrubar curva de juros e puxar ações domésticas

Com recuo das taxas dos DIs companhias do varejo, construtoras e de crescimento foram destaque desta quinta-feira

Vitor Azevedo

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O Ibovespa fechou em alta de 1,15% nesta quinta-feira (25), aos 110.054 pontos, com impacto, principalmente, do recuo da curva de juros após a publicação do IPCA-15 de maio.

“O IPCA-15 conduziu a performance de praticamente todos ativos domésticos. A prévia do índice oficial de inflação veio abaixo das expectativas, deve provocar revisões para baixo do consenso do IPCA ‘cheio’ de maio, e confirma um viés de baixa das projeções para o ano”, diz Alexsandro Nishimura, economista e sócio da Nomos. “O primeiro impacto mais nítido foi sobre a curva de juros futuros, que reagiram em queda e já refletiram uma maior precificação da possibilidade de corte da Selic na reunião do Copom em agosto”.

O índice em questão teve leitura de 0,51%, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), ante consenso de alta de 0,64%.

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As taxas dos DIs para 2024 perderam oito pontos-base, a 13,18%, e as dos DIs para 2025, 14,5 pontos, a 11,48%. Os contratos para 2027 e 2029 foram a, respectivamente, 11,02% e 11,36%, com menos 12 e seis pontos. Os DIs para 2031 ficaram em 11,62%, com menos dois pontos.

“Empresas ligadas ao consumo interno reagem a isso. O índice dá gordura para o Banco Central, mais para frente, tomar uma atitude. É esperado um corte da curva de juros”, comenta Fernando Bresciani, analista de investimentos do Andbank. “Os maiores ganhos entre as ações que compõem o Ibovespa foram, conforme esperado, dos setores mais sensíveis aos juros, como construtoras e varejistas”, acrescenta Nishimura.

Entre as maiores altas do Ibovespa, ficaram as ações ordinárias da MRV (MRVE3), com mais 10,33%, da Via (VIIA3), com mais 7,76%, e as da Locaweb (LWSA3), com mais 7,47%

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O dólar, contudo, ganhou força ao real. A moeda americana fechou em alta de 1,65%, com mais R$ 5,035 na compra e R$ 5,306 na venda, com investidores de olho no carry trade.

“O dólar se valorizou em relação ao real, com a diminuição do diferencial de juros internos e externos, visto que por aqui aumentou a expectativa de corte da Selic, enquanto nos EUA se ampliou uma visão mais hawkish para o Fed, após divulgação de crescimento do PIB e dados de emprego acima do esperado, além do impasse sobre o aumento do teto da dívida norte-americana”, contextualiza o especialista da Nomos.

Em Nova York, o Dow Jones recuou 0,11%, enquanto o S&P 500 e a Nasdaq subiram, na sequência, 0,88% e 1,71%.

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Por lá, os treasuries yields para dois anos ganharam 19 pontos-base, a 4,533%, e os para dez anos, 10,2 pontos, a 3,821% – com o mercado, como já mencionado, reagindo à divulgação do produto interno bruto (PIB) crescendo 1,3% no primeiro trimestre, ante 1,1% do consenso, e os pedidos de seguro-desemprego da semana encerrada no dia 20 de maio em 229 mil, aquém dos 242 mil aguardados. Ambos números mostram que a economia americana está mais forte do que o esperado.

Apesar da alta dos treasuries, as ações de tecnologia – usualmente mais expostas a juros mais altos – subiram, puxadas principalmente pela Nvidia. A companhia americana surpreendeu mais cedo ao divulgar uma forte projeção de vendas, enquanto avança no desenvolvimento de sistemas baseados em inteligência artificial (IA).

“Estados Unidos têm ainda o impasse quanto ao teto da dívida, mas é difícil acreditar que eles darão default”, fala Bresciani.

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Apesar de o governo e o Congresso dos EUA não terem chegado a um consenso, fontes familiarizadas com o assunto disseram à Reuters que um acordo começa a se desenhar. A expectativa é por um acordo simplificado e que os negociadores cheguem a números máximos para gastos discricionários, incluindo um número para gastos militares, mas deixem os parlamentares elaborarem os detalhes de categorias como habitação e educação por meio do processo normal de apropriações nos próximos meses.

“Estamos vendo, contudo, as commodities caindo, por conta de notícias de China. Não há nada de novo sinalizando que o país irá ter uma retomada econômica muito forte e há, ainda, os rumores sobre uma nova onda de Covid”, complementa.

Do lado negativo do Ibovespa ficaram, mais uma vez, as exportadoras de commodities. Os papéis ordinários da 3R Petroleum (RRRP3) perderam 2,53%, os da CSN (CSNA3), 2,30% e os preferenciais série da Usiminas (USIM5), 1,49%.

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