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Após registrar o melhor primeiro trimestre de sua história, a CloudWalk, dona da InfinitePay, está mais otimista do que nunca para buscar uma oferta pública inicial de ações (IPO, em inglês) quando a janela reabrir. Apesar disso, não há pressa e nem necessidade de que a operação ocorra no curto prazo, afirma Luis Silva, fundador e CEO da empresa.
Neste ano, a CloudWalk se tornou um “centauro” – as empresas de tecnologia que conseguem faturar mais de US$ 100 milhões em 12 meses, com R$ 678 milhões de receita no período. Somente de janeiro a março, o faturamento cresceu 183%, para R$ 149 milhões, com lucro de R$ 54 milhões.
O desempenho foi puxado pela resiliência das pequenas e médias empresas (PMEs) diante do atual cenário macroeconômico. Conforme o InfoMoney mostrou em abril, o faturamento da atividade avançou cerca de 2,5% no primeiro trimestre, segundo levantamento da Omie. “As PMEs são o ‘coração’ do Brasil e cresceram a um ritmo interessante”, reforça Silva.
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Atualmente, a CloudWalk tem em sua base cerca de 1 milhão de clientes e o mercado endereçável ainda é grande, uma vez que se estima mais de 8,5 milhões de PMEs no Brasil. O principal serviço são as maquininhas InfinitePay, mas outros serviços também começam a ganhar tração, segundo o executivo.
“A maquininha foi nossa porta de entrada para as empresas. Hoje, temos condições de ofertar outros serviços financeiros que as PMEs ainda têm dificuldade de conseguir no mercado, como crédito e produtos para gestão financeira”, aponta Luis Silva.
Mas uma aposta que avançou no trimestre ainda tem a ver com o core business: o InfiniteTap, solução que permite o pagamento por cartão por meio de celulares. A ideia é retirar o máximo de barreira de entrada possível.
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“Com um simples cadastro, o profissional autônomo ou um comércio pode já receber por cartão, com uma transação rápida e confiável”, explica o CEO. Além da oferta P2M (pessoa para comerciante, em inglês), o produto também pode ser uma saída para pagamentos P2P (pessoa para pessoa) no cartão de crédito.
A CoudWalk não foi a única com bom resultado nos primeiros meses de 2023. O primeiro trimestre do ano foi muito favorável para as empresas de adquirência. A Cielo (CIEL3), líder de mercado, viu seu lucro crescer 139% no 1T23, para R$ 441 milhões, enquanto a Stone (STOC31) reportou lucro líquido ajustado de R$ 236,6 milhões, com alta de 455,9% em relação ao mesmo período do ano passado.
Caminho ao IPO
O resultado da CloudWalk nos últimos 12 meses a posiciona com múltiplos mais atrativos do que em 2021, quando sua última rodada de investimentos sugeriu um valuation de US$ 2,15 bilhões.
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Ao todo, a CloudWalk já levantou US$ 350 milhões desde o início das atividades. Os fundos que já participaram são Coatue, DST, A-Star, The Hive, Valor Capital, Plug and Play Ventures, além de investidores-anjo como Jackie Reses e Gokul Rajaram.
Luis Silva afirma que a empresa tem caixa suficiente para os próximos trimestres. O caminho ideal é crescer até um IPO. Caso a janela demore mais a reabrir, não descarta um “equity ponte” para garantir liquidez até que o mercado esteja mais favorável à operação.
“Hoje, captar por captar não faz sentido e não temos nada no radar. Temos caixa suficiente para seguir crescendo. Nosso momento é preservar caixa e nos apresentarmos aos investimentos”, pondera. “Pelos nossos números, vemos que temos potencial. O mercado tem buscado previsibilidade [de receita], e nós temos”, conclui o executivo.
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