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Quando uma empresa começa a escalar, o mais lógico é aplicar recursos para acelerar esse crescimento. Como nem sempre o dinheiro em caixa é suficiente, o caminho natural é recorrer ao capital de risco, buscando por investidores que apostem naquela tese, especialmente no caso das startups.
Segundo dados da Distrito — plataforma que conecta soluções para startups —, no ano passado, o mercado brasileiro de VC (Venture Capital) desembolsou US$ 4 bilhões para startups, sendo que quase a metade das 755 rodadas mapeadas foram para negócios de tecnologia em seus estágios iniciais.
Outro mapeamento, este da Associação Brasileira de Private Equity e Venture Capital (ABVCAP), mostrou que um em cada quatro fundos de investimentos corporativos (CVC, na sigla em inglês) do país está de olho nas startups do estágio pré-seed (inicial).
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Mas esses números podiam ser ainda maiores, na análise da plataforma de crowdfunding Efund, caso as empresas se preparassem melhor para atender os requisitos das rodadas de investimentos. Em um mapeamento feito com exclusividade para InfoMoney, que considerou os últimos seis meses, das 58 startups que entraram na fila para levantar recursos, apenas 8 passaram na fase de auditoria.
Das 50 empresas reprovadas, 32 apresentaram baixo faturamento, 7 tinham produtos sem inovação, 5 ficaram na barreira de entrada e outras 6 foram recusadas por causa do perfil dos gestores.
Para Igor Romero, CEO da Efund, um empreendedor precisa entender tudo que se passa dentro da sua empresa, além de saber como divulgar seu produto, sem arrogância. “Não conhecer todos os detalhes da empresa ou não saber passar informações financeiras e administrativas demonstra absoluto amadorismo”, diz.
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O executivo também destaca que as startups precisam manter um relacionamento ativo com os fundos, indo muito além do momento em que se quer captar dinheiro. Para ele, os investimentos funcionam como um relacionamento conjugal.
“Investimento é um casamento. Você não olha somente os olhos bonitos de uma pessoa para se casar. É preciso avaliar se há respeito, companheirismo, alegria e uma infinidade de coisas. O investimento é igual, porém com outros itens para serem analisados”, compara.
Ser reprovado não é o fim
É evidente que ser reprovado para participar de uma rodada de investimentos pode desanimar o empreendedor. No entanto, esse problema não deve ser encarado como o fim, mas como uma etapa que pode abrir as portas para outros negócios.
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Quando a empresa tem uma tese no mínimo escalável, o amadurecimento do produto pode gerar novas oportunidades. No caso da Efund, todas as 32 startups reprovadas por baixo faturamento estão habilitadas a tentar captar recursos novamente, desde que se adequem aos filtros.
Além disso, o networking entre os investidores potencializa o surgimento de novas propostas, já que a transação pode fazer sentido para a estratégia de parceiros. “Cada casa possui sua tese de investimento. As startups descartadas na Efund são encaminhadas para parceiros, como o Woli Ventures e Leonora Ventures, por exemplo”, revela Igor.
A situação só é um pouco diferente quando o impasse envolve o perfil do empreendedor, que se mostrou arrogante ou pouco transparente com o que se passa dentro da empresa. O mesmo vale para os “startupeiros” que têm muitas ideias, mas fazem pouco para colocá-las em prática, acredita Romero.