Estudos para estabelecer alternativa ao dólar permanecem após visita à China, diz Haddad

Questionado sobre aproximação com a China, ministro disse que espera mais parcerias feitas pelos Estados Unidos futuramente

Luís Filipe Pereira

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), concede entrevista coletiva sobre a pauta dos combustíveis (Foto: Washington Costa/MF)
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), concede entrevista coletiva sobre a pauta dos combustíveis (Foto: Washington Costa/MF)

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O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou nesta sexta-feira (14) que os estudos para estabelecer uma alternativa ao dólar em transações comerciais envolvendo os países do Brics devem prosseguir após a visita da comitiva brasileira à China.

O tema ganhou força nos últimos dias, quando o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) criticou o uso da moeda norte-americana como padrão nas negociações entre nações estrangeiras. O discurso do petista ocorreu na quarta-feira (12), durante cerimônia de posse de Dilma Rousseff como presidente do Novo Banco de Desenvolvimento, também conhecido como Banco dos Brics.

“Fazer o intercâmbio em moeda própria é algo que está há muito tempo na mesa de negociação entre os Brics, e o presidente Lula retomou a agenda”, sublinhou Haddad.

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Em movimento semelhante, em janeiro, o presidente Lula se posicionou a favor de uma moeda comum sul-americana para transações comerciais e financeiras, durante visita a Argentina. Na época, alguns setores criticaram a postura brasileira de sinalizar um estreitamento de laços com o vizinho, que nos últimos anos tem vivido sucessivas crise econômicas e sofre com a desvalorização do peso.

Brasil busca relações com EUA

Questionado se o volume de acordos comerciais celebrados nas mais diversas áreas, como Agricultura, Ciência e Tecnologia e Comunicações, consolidam uma aproximação maior com a economia chinesa, em comparação com a visita recente de Lula a Washington, Haddad afirmou que espera mais investimento norte-americano no Brasil futuramente.

“Algumas empresas americanas tomaram a decisão de deixar o Brasil. Queremos estabelecer as melhores relações com China, EUA e União Europeia”, frisou.

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“A reação que espero é que haja mais parceria com os Estados Unidos. Essa é a reação [do governo americano] que nós esperamos. O Brasil é grande demais para ficar escolhendo parceiro. O Brasil tem tamanho para fazer parcerias. Não tem sentido optar por se aproximar de um e se afastar do outro”, defendeu o ministro.

Utilizando um tom diplomático, Haddad reforçou a intenção do governo brasileiro em ter no capital chinês um dos instrumentos para a reindustrialização baseada na transição energética e preservação do meio ambiente, haja vista a pressão da comunidade internacional para que a China reduza suas emissões de carbono.

Antes da fala de Haddad, o presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Aloizio Mercadante, citou alguns projetos que devem ser realizados em parceria com a China nos próximos anos, como a construção de uma ponte ligando a Ilha de Itaparica a Salvador (BA) e a instalação de uma fábrica de painéis fotovoltaicos.

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