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O Ibovespa fechou em queda de 0,37% nesta segunda-feira (3), aos 101.506 pontos, mas longe das mínimas do dia, quando chegou a cair 1,21%, a 100.650 pontos. O principal índice da Bolsa brasileira operou um pouco descolado do mercado externo, em um dia marcado pela falta de direção.
Em Nova York, Dow Jones e S&P 500 subiram, respectivamente, 0,98% e 0,37%. O Nasdaq, contudo, caiu 0,27%.
“Lá fora, os mercados ficaram mistos. S&P 500 e Dow Jones sobem, mas Nasdaq recua. A principal pauta foi o anúncio da Opep+, mas teve a publicação de alguns dados. O PMI ISM de manufatura voltou a cair para baixo de 50, para 46,3, indicando que o setor manufatureiro está em contração”, comenta Jennie Li, estrategista de ações da XP Investimentos.
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No final de semana, países membros da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) e não membros da organização (Opep+) anunciaram um corte de 1,66 milhão na produção de barris por dia.
Se de um lado a alta do petróleo – com o barril Brent subindo 6,40%, a US$ 85 – impulsiona a inflação, a divulgação do dado macroeconômico reforça que os Estados Unidos passam por uma desaceleração da sua economia. A combinação entre os dois fatores aumenta o temor de uma recessão global.
Os índices com maior participação de companhias de energia conseguiram fechar no verde.
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Os treasuries yields para dois anos fecharam estáveis e os para dez anos perdera 7,5 pontos-base, a 3,413%.
“No Brasil, repercutiram o anúncio da Opep+. Refletiu em altas das petrolíferas, mas, mesmo assim, isso não é suficiente para carregar o resto do índice, que está no negativo”, explica Li. “Mercado por aqui continua de olho nas incertezas em relação ao arcabouço fiscal, de como ele será executado. Apesar das repercussões positivas logo no início, há ainda incertezas quanto aos detalhes e quais serão os impactos dessa regra em empresas e setores”.
As ações ordinárias e preferenciais da Petrobras (PETR3;PETR4) subiram, respectivamente, 4,76% e 4,73%. As ordinárias da PRIO (PRIO3) ganharam 3,88%.
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“Do outro lado, os bancos caem bastante, repercutindo um pouco do viés de que a alta do petróleo pode pressionar a inflação e, decorrentemente, levar a uma alta dos juros”, menciona Enrico Cozzolino, sócio e head de análise da Levante Investimentos. “Uma consequência do aumento do barril é o repasse nos preços dos combustíveis. Isso traz uma pressão inflacionária. O mercado aparenta já ter entendido como um fator a mais na retomada da queda dos juros. Com a expectativa de manutenção de juros, ficando em níveis mais restritivos, outros setores, como o varejo, sofrem bem”, debate Acilio Marinello, coordenador da Trevisan Escola de Negócios.
A curva de juros brasileira, contudo, também fechou majoritariamente em queda. Os DIs ficaram estáveis, em 13,19%, mas os para 2025 perderam 7,5 pontos-base, a 11,96%. Os contratos para 2027 e 2029 perderam ambos nove pontos, a 12,03% e 12,45%. As taxas dos DIs para 2031 recuaram nove pontos, a 12,71%.
“Os juros futuros viraram e passaram a recuar, acompanhando o cenário externo e as falas do ministro Fernando Haddad”, diz Alexsandro Nishimura, economista e sócio da Nomos.
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Entre as maiores quedas do Ibovespa, contudo, continuaram as companhias ligadas ao mercado interno. Os papéis ordinários da Lojas Renner ([ativo=LRE3N]) caíram 7%, os do Grupo Soma (SOMA3), 7,64%, e os da CVC (CVCB3), 4,18%.
Essas empresas repercutiram, principalmente, a publicação de um relatório do JPMorgan, que mencionou que elas podem sofrer com a redução de incentivos fiscais, em meio ao novo arcabouço e a reforma tributária.
“A publicação da proposta do novo arcabouço fiscal no Brasil tem gerado discussões em torno de incentivos fiscais, uma vez que o crescimento dos gastos públicos está atrelado ao crescimento da receita, e a redução desses seriam frutos de baixo custo para sustentar o aumento dos gastos”, comentam os analistas do banco americano, chefiados por Joseph Giordano.
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