O que está por trás da compra de 4% da Bolsa de Londres pela Microsoft por 2 bilhões de dólares

Parceria inclui migração de dados da LSEG para a nuvem da Microsoft com um contrato de gasto mínimo no valor total de US$ 2,8 bilhões

Equipe InfoMoney

Bolsa de Valores de Londres
29/12/2017
REUTERS/Toby Melville
Bolsa de Valores de Londres 29/12/2017 REUTERS/Toby Melville

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Se por um lado, a Microsoft (MSFT34) batalha com o governo americano para seguir adiante com a compra bilionária da produtora de videogames Activision Blizzard, por outro, a empresa fundada por Bill Gates segue fechando negócios.

O mais recente foi anunciado neste domingo (11): a compra de 4% de participação na Bolsa de Valores de Londres, (a London Stock Exchange Group, ou LSEG) por US$ 2 bilhões, em uma transação que deve ser concluída no primeiro trimestre de 2023.

Ainda como parte da parceria estratégica, a LSEG e a Microsoft também firmaram um contrato comercial de dez anos para migrar a plataforma de dados da LSEG e outras infraestruturas de tecnologia importantes para o Microsoft Cloud. Como é comum em contratos de infraestrutura em nuvem, a LSEG se comprometeu com um gasto mínimo relacionado à nuvem com a Microsoft durante a vigência do contrato, no valor total de 2,3 bilhões de libras esterlinas (ou US$ 2,8 bilhões).

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Em um comunicado aos investidores e à imprensa, a gigante de tecnologia afirmou que a união representa “um marco significativo para o futuro dos mercados financeiros e se baseia nos investimentos da Microsoft nos mercados de capitais e, de forma mais ampla, no setor de serviços financeiros”. Ainda segundo o comunicado, a empresa estima que essa parceria pode gerar uma receita adicional de US$ 5 bilhões para a empresa nos próximos 10 anos, incluindo os compromissos de gasto mínimo de US$ 2,8 bilhões da LSEG para serviços e suporte em nuvem.

A parceria tem, com ponto central, uma empresa de dados financeiros: a Refinitiv, que surgiu de um consórcio entre a empresa de private equity Blackstone e a multinacional de comunicação Thomson Reuters. Depois de alcançar a posição de segunda maior companhia de dados financeiros, atrás apenas da Bloomberg, a Refinitiv foi comprada pela LSEG por US$ 27 bilhões, em janeiro de 2021. Depois da transação, a Blackstone e a Thomson Reuters passaram a deter uma participação minoritária da LSEG e são esses acionistas que venderão parte de seus papéis à Microsoft.

Para David Schwimmer, CEO da LSEG, a união é estratégica e um “marco na jornada da LSEG para se tornar a principal infraestrutura global de mercados financeiros e negócios de dados”. “Reunir nossos principais conjuntos de dados, análises e base global de clientes com os serviços de nuvem abrangentes e confiáveis ​​da Microsoft e o alcance global cria oportunidades atraentes de crescimento de receita para ambas as empresas”, afirmou Schwimmer.

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De acordo com Satya Nadella, presidente de CEO da Microsoft, o negócio tem potencial de transformar o mercado financeiro mundial: “Os avanços na nuvem e na Inteligência Artificial transformarão fundamentalmente a maneira como as instituições financeiras pesquisam, interagem e realizam transações em classes de ativos e se adaptam às mudanças nas condições do mercado”, disse.