Os saques na caderneta de poupança voltaram a bater os depósitos em fevereiro de 2023. A retirada líquida foi de R$ 11,51 bilhões em fevereiro, a maior da série histórica do Banco Central (iniciada em 1995) para o período.

Em janeiro, o saldo negativo havia sido de R$ 33,63 bilhões, o maior para todos os meses da série histórica.

Apesar da poupança ter tido alguns dias de glória há poucos anos, quando os rendimentos bateram a inflação por conta do início da elevação da taxa Selic, há que se levar em conta que outras opções de investimentos na renda fixa podem valer mais a pena.

Entender o motivo pelo qual tantas pessoas insistem em manter os recursos na caderneta passa por lembrar que se trata de uma aplicação de renda fixa simples e acessível para todo mundo. Até menores de idade podem ter uma conta em seu nome, desde que sejam representados ou assistidos pelo pai, mãe ou responsável legal.

Mas não se esqueça: o investidor precisa declarar no Imposto de Renda se tiver na carteira valores aportados na poupança.

O InfoMoney consultou a Daniela Bibbo, sócia da KPMG e especialista em imposto de renda para separar as principais informações sobre como fazer a declaração da poupança.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Leia mais: como declarar renda fixa no imposto de renda 2023?

Por que  é preciso declarar se a poupança é isenta?

Caso o contribuinte esteja obrigado a entregar a declaração em 2022 é necessária a inclusão de todos os rendimentos para não cair em malha fina. 

Uma das finalidades da declaração é realizar o ajuste anual, apurando o imposto devido no ano e comparando com o imposto já recolhido. Caso o imposto tenha sido recolhido a maior, o valor deverá ser restituído. Por outro lado, caso tenha sido recolhido um valor menor, o imposto apurado na declaração deverá ser pago.

Além disso a declaração tem por objetivo identificar a consistência patrimonial comparando os ganhos, despesas, bens e dívidas, dessa forma a Receita Federal consegue entender como o patrimônio foi constituído.

Por isso, devem ser declarados os bens, direitos e dívidas existentes em 31.12.2022, e os rendimentos recebidos, tributáveis ou não, durante o ano de 2022.

Os rendimentos isentos também justificam o acréscimo patrimonial do contribuinte, por isso eles são de reporte obrigatório.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Vale lembrar que as pessoas que receberam mais de R$ 40 mil em rendimentos isentos, não tributáveis ou tributados exclusivamente na fonte em 2022 já ficam, só por este motivo, obrigadas a entregar a Declaração de Ajuste Anual de 2023.

Passo a passo para declarar poupança no Imposto de Renda

Primeiro informe o saldo: 

  • Acesse a ficha “Bens e Direitos”, selecione o grupo “04 – Aplicações e Investimentos” e depois o código “01 – Depósito em conta poupança”;
  • Informe o tipo de beneficiário (titular ou dependente), CPF ou CNPJ e nome da fonte pagadora;
  • Em discriminação, informe o nome do banco, e se é a conta é conjunta ou não (e se for informe o nome e o CPF da segunda pessoa).
  • Em “Situação em 31/12/2021” e “31/12/2022” você deve informar o saldo nas respectivas datas conforme aparece no seu informe de rendimentos.

Rendimentos

Depois, informe os rendimentos: 

  • Vá na ficha “Rendimentos Isentos e Não Tributáveis”;
  • Selecione a opção “12 – Rendimentos de cadernetas de poupança, letras hipotecárias, letras de crédito do agronegócio e imobiliário (LCA e LCI) e certificados de recebíveis do agronegócio e imobiliários (CRA e CRI)”;
  • Informe CNPJ da fonte pagadora, conforme o informe de rendimentos;
  • Selecione o banco, agência e conta;
  • Informe quanto tinha aplicado em 31/12/2021 e em 31/12/2022. Deixe zerado se não tinha nada em poupança em algum dos campos requisitados.

LEIA MAIS