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O CEO da Usiminas (USIM5), Alberto Ono, disse hoje que o terceiro trimestre foi marcado por uma mudança expressiva de cenário tanto na siderurgia quanto na mineração. A analistas, ele afirmou que este quadro acabou tornando o resultado da empresa diferente do que vinha sendo apresentado na primeira metade deste ano.
A Usiminas lucrou R$ 609 milhões no terceiro trimestre de 2022, recuo de 67% na base anual, mas esta linha do balanço ficou acima do consenso, que apontava ganhos líquidos R$ 434,7 milhões. Entretanto, o Ebitda somou R$ 866,9 milhões, queda de 65,5% e desempenho abaixo do previsto, de R$ 1,05 bilhão.
Após a divulgação do balanço, as ações da Usiminas (USIM5) começaram um movimento de queda e fecharam com perdas de 4,17%, a R$ 7,35, acumulando baixa de 49% no acumulado de 2022. Do mesmo setor, CSN (CSNA3) fechou em baixa ainda mais expressiva, de 5,74%, a R$ 12,31, registrando perdas similares no acumulado do ano.
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Balanço da Usiminas acusa queda do minério
No balanço do 3º trimestre, um dos pontos de mudança de cenário apresentado pela Usiminas refere-se à queda de preço do minério de ferro, que atingiu em cheio a receita líquida, que recuou 7% na comparação anual, para R$ 8,434 bilhões.
Conforme a Usiminas, o volume de vendas de aço foi de 1,047 milhão de toneladas no trimestre, uma diminuição de 12% frente igual etapa de 2021.
Enquanto isso, as vendas de minério de ferro caíram 7% no terceiro trimestre de 2022, atingindo 2,242 milhões de toneladas.
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A redução ocorreu como consequência de menores preços internacionais da commodity, com redução de 25% no preço médio de referência em dólares, relatou a companhia.
Dois terços da produção de minério de ferro da Usiminas são vendidos ao mercado e o restante abastece a siderúrgica de Ipatinga (MG) da companhia.
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Preços ainda devem permanecer baixos
Carlos Rezzonico, CEO da Mineração Usiminas, prevê preço do minério de ferro mantido em patamares atuais por mais tempo. Na Bolsa de Dalian, na China, o preço do minério de ferro está abaixo de US$ 90/t.
Outro ponto de mudança de cenário foi a pressão de custos de matérias-primas. Thiago Rodrigues, CFO da Usiminas, afirmou que o preço de placas de aço e coque teve aumento substancial, refletindo no desempenho do período.
No caso de placa, a empresa compra de terceiros para processar na Usina de Ipatinga. Já o coque abastece o funcionamento de alto-forno e a instabilidade que a empresa tem sofrido na unidade de coqueria tem exigido a compra adicional no mercado externo, aumentando os seus custos.
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Além disso, a empresa confirmou a reforma do Alto Forno 3 da Usina de Ipatinga em abril de 2023.
Nos nove primeiros meses de 2022, o capex empregado nos preparativos para essa reforma totalizaram R$ 397 milhões – o custo total atualizado do projeto é de R$ 2,7 bilhões até 2025.
Em relação ao custos dos produtos vendidos, eles foram 17,6% superiores no 3T22. Dessa variação, 51% estiveram relacionadas ao maior preço de placas e demais matérias primas e 16% ao maior consumo de coque adquirido de terceiros. O CFO disse, no entanto, que vê reversão de efeito preço no quarto trimestre.
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Análise do balanço da Usiminas
Em relatório, a XP escreveu que a Usiminas teve resultados ligeiramente melhores do que as estimativas, mas com desempenho mais lento em relação ao trimestre anterior.
“Custos, capital de giro e, em última análise, geração de caixa ainda serão pressionados nos próximos meses, e acreditamos que os investidores aguardarão uma melhor visibilidade de quando esse processo terminar para ganhar confiança para aumentar a exposição à ação”, escreveram.
Sobre o Ebitda, a XP destacou que ainda projeta um momento operacional negativo, daqui para frente. A recomendação às ações é neutra, com preço-alvo de R$ 15,5.
Para o Itaú BBA, a Usiminas teve um 3º trimestre melhor do que o esperado, mas com tendências operacionais se enfraquecendo.
Conforme o BBA, os resultados da divisão de siderurgia foram prejudicados por maiores custos e menores vendas no mercado doméstico.
Já na divisão de mineração, menores volumes e preços realizados de minério de ferro também enfraqueceram os resultados da operação.
“Ainda assim, mantemos a nossa recomendação de “compra” para USIM5, com preço-alvo de R$ 15 ao fim de 2023”, escreveu o BBA, em relatório após balanço.
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