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O Méliuz (CASH3) anunciou nesta segunda-feira (24) que seu Conselho de Administração aprovou o início de estudos para uma possível cisão do Bankly (sua solução de pagamento e plataforma de Banking as a service (BaaS) adquirida em 2021.
A notícia foi bem recebida pelo mercado, com os ativos subindo 3,74%, a R$ 1,11, por volta das 10h30 (horário de Brasília) desta terça, mas ainda acumulando forte baixa de 66% em 2022, a segunda maior queda do Ibovespa no período.
Apesar da pouca visibilidade sobre o resultado da operação, analistas do UBS BB acreditam que as mudanças podem aumentar a flexibilidade para movimentos estratégicos não apenas para Bankly, mas também para o Méliuz.
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O time de análise da XP também espera que a cisão pode dar aos seus atuais acionistas mais flexibilidade para investir em qualquer um dos veículos, que possuem dinâmicas muito diferentes, separadamente.
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“Vemos o anúncio de estudos iniciais para uma possível cisão do Bankly como potencialmente positivo para o Méliuz, pois isso permitiria ao Bankly funcionar como uma empresa totalmente independente, enquanto ainda presta seus serviços ao Méliuz) e obter capital adicional para suas estratégias, sem diluir acionistas da Méliuz”, comenta XP Investimentos, em relatório.
Para Itaú BBA, os estudos fazem sentido e serão bem recebidos pelos mercados, pois visam melhorar o valor para o acionista e ajudar o Bankly a atingir todo o seu potencial.
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“O Bankly foi adquirido pelo Méliuz em 2021, em troca de 8% das ações próprias. É um negócio separado com diferentes drivers de crescimento e mercado endereçável, mas ainda não atingiu o ponto de equilíbrio. No quadro mais amplo de fusões e aquisições, separar o e-commerce dos negócios de serviços bancários pode ajudar a maximizar o interesse dos investidores em cada uma das empresas”, diz relatório do BBA.
Segundo BBA, o Bankly tem uma vasta avenida de crescimento no fornecimento de serviços bancários para clientes além do Méliuz. Atualmente em 200 clientes e crescendo. Estes atingem indiretamente cerca de 3 milhões de clientes finais que usam seus serviços bancários de marca branca (baseados em assinaturas e transações).
A unidade deve fechar 2022 com cerca de R$ 70 milhões em receitas, o que deve dobrar em 2023 à medida que produtos e clientes ganham força. “Isso tem um custo, no entanto, e o Bankly pode ou não participar do risco de crédito, o que exigiria capital. Uma entidade independente com governança própria e formas adicionais de angariar fundos pode ajudar a acelerar o crescimento”, diz relatório do BBA.
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Na opinião do Bradesco BBI, enquanto os estudos ainda estão em fase preliminar, o apetite do mercado pode ser limitado no curto prazo para um potencial IPO do Bankly, como evidenciado pelo desempenho de outros pares BaaS listados, especialmente considerando que as operações do Bankly ainda estão muito abaixo do ponto de equilíbrio.
“No entanto, do ponto de vista qualitativo, a transação pode liberar o potencial de criação de valor de longo prazo, pois pode aumentar o foco de cada uma das empresas em seus principais mercados”, acrescenta BBI.
O Itaú BBA mantém classificação outperform (equivalente à compra) e preço-alvo de R$ 3,30, o que representa potencial de valorização de 208% frente a cotação de fechamento de segunda-feira (24) de R$ 1,07. O BBI tem recomendação outperform, com preço-alvo de R$ 1,70, ou potencial de alta de 59%. Menos otimista, O UBS BB reitera recomendação neutra, e reduziu o preço-alvo de R$ 1,40 para R$ 1,30 ao revisar suas projeções para os resultados, ainda um potencial de valorização de 21,5%.
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