Brasileiros diversificam dívidas no cartão de crédito, em carnês e no cheque especial em busca de ‘alívio’

'Quando se olha o filme dos últimos 5 anos, o avanço do crédito operado pelo varejo tem resultado no maior volume de endividados no país', diz especialista

Estadão Conteúdo

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Em seu levantamento sobre as dívidas das famílias brasileiras, a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) observa que as taxas de juros nas linhas de crédito para pessoas físicas cresceram 13,5 pontos porcentuais em um ano, de acordo com os dados do Banco Central, chegando à média de 53,9%, a maior taxa desde abril de 2018.

Em setembro, 85,6% dos endividados tinham contas a vencer no cartão de crédito, alta de 1 ponto porcentual em um ano nessa modalidade. Houve aumento nas dívidas nos carnês de loja (com 19,4% de menções e aumento de 0,6 ponto porcentual em um ano) e no cheque especial (5,2% de menções e crescimento de 0,6 ponto porcentual em um ano).

A CNC diz que o volume de endividados nos carnês de loja cresce desde maio deste ano. No recorte por faixa de renda, a proporção de endividados nos carnês entre os mais pobres atingiu o maior nível desde fevereiro, 20,1%.

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Nova dinâmica

“Isso revela que estes consumidores estão na dinâmica de diversificação do endividamento e buscando alternativas de crédito”, explicou Izis Ferreira, responsável pelo levantamento da CNC, em nota oficial. “Quando se olha o ‘filme dos últimos cinco anos’, o avanço do crédito operado pelo varejo tem resultado no maior volume de endividados de forma geral no Brasil”, afirmou.

A economista chamou a atenção para o impacto em particular na faixa dos mais pobres, em que o endividamento superou 80% pela primeira vez na pesquisa. “Embora os atrasos tenham crescido no mês e no ano entre os consumidores nas duas faixas de renda (também na dos mais ricos), as dificuldades de pagamento de todos os compromissos do mês são mais latentes entre as famílias de menor renda”, avaliou Izis Ferreira.

Segundo a economista, os consumidores enfrentam “desafios na gestão de seus orçamentos mensais, especialmente porque o nível de endividamento está elevado e os juros maiores pioram as despesas com as dívidas”.

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As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.