Investimentos de longo prazo desvalorizam após corte de juros; veja os ganhos

Somente entre 26 e 31 de outubro o IMA-B 5+ desvalorizou 1,15%

Weruska Goeking

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SÃO PAULO – A trajetória dos indicadores de renda fixa sinalizou em outubro o início do realinhamento dos preços dos ativos em função da proximidade do final do ciclo de redução dos juros. Entre os sub-indices do IMA Geral, índice que reflete a carteira dos títulos públicos em mercado, os de prazos mais longos apresentaram retornos inferiores aos de menor prazo, revertendo a tendência que vinha marcando o segmento no último ano.

Em relação aos títulos prefixados, a carteira acima de um ano, expressa pelo IRF-M 1+, registrou variação negativa de 0,07% contra um ganho de 0,62% dos títulos com prazo até um ano (IRF-M1). Para os títulos indexados ao IPCA, o IMA-B5+, que expressa a rentabilidade da carteira das NTN-Bs acima de cinco anos, apresentou perda de -1,01% contra um retorno positivo de 0,48% do IMA-B 5 (NTN-Bs com prazo até cinco anos).  

Essa assimetria entre a trajetória das carteiras de curto e longo prazo se acirrou sobretudo após a reunião do Copom (Comitê de Política Monetária) no dia 26 de outubro, quando a comunicado tornou mais clara a proximidade de interrupção do ciclo de redução dos juros.

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Somente entre 26 e 31 de outubro o IMA-B 5+ desvalorizou 1,15%, refletindo o ajuste dos preços dos ativos diante da perspectiva de um ambiente com juros estáveis para um período de tempo relevante em 2018.

Esse movimento resultou numa valorização mensal do IMA-Geral de 0,13%, a menor desde maio, quando as incertezas políticas comprometeram a trajetória dos indicadores financeiros.

Títulos bancários 

Os dados de emissão bancária reforçam a maior participação dos CDBs, o único destes títulos que apresentou crescimento no estoque em 2017, com elevação de 22% até outubro, diante da redução das LCAs (20,4%), Letras Financeiras (10,1%), e LCIs (3,7%) no mesmo período.

Os CDBs representam atualmente 49,4% do estoque destes ativos, um avanço significativo levando-se em conta que esta parcela era de 38,5% no final de 2015.

Essa evolução ganhou força diante da liberação de recursos que vem ocorrendo desde o final do ano passado, em função da vedação da contratação de operações compromissadas com títulos de instituições ligadas às empresas do mesmo grupo.

Por outro lado, a menor oferta de crédito imobiliário e agrícola, que servem de lastro para os títulos incentivados, e a redução de prazo nas operações de crédito – que afetou as Letras Financeiras, que têm prazo mínimo de emissão de dois anos -, contribuíram para a diminuição do estoque dos outros papéis do segmento.