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SÃO PAULO (Reuters) – O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), líder nas pesquisas de intenção de voto para a eleição presidencial de outubro, encontrou nesta segunda-feira com o presidente da Bolívia, Luis Arce, e disse ao líder boliviano que, se eleito, pretende trabalhar para que o Congresso brasileiro aprove a entrada da Bolívia no Mercosul.
A informação sobre a reunião entre Lula e Arce foi dada pelo ex-chanceler Celso Amorim, que atua como um dos conselheiros do petista e presenciou parte da conversa ocorrida nesta segunda em um hotel na região central de São Paulo.
“O presidente se comprometeu, caso eleito, de acelerar a integração da Bolívia no Mercosul, que é muito importante, inclusive, para as relações internacionais, relação com a Europa, relação com a China”, disse Amorim a jornalistas, após o encontro.
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“Evidentemente que o Congresso é soberano, mas eu acho que haverá um esforço. Não tenho a menor dúvida que haverá esse esforço (de um eventual governo Lula), porque é muito importante para a Bolívia e é muito importante para nós também, porque a Bolívia no Mercosul também vai nos facilitar o contato com todo o conjunto da Comunidade Andina, porque ela também é membro da Comunidade Andina e a Comunidade Andina está sendo reforçada agora”, acrescentou o ex-ministro das Relações Exteriores do governo Lula.
A entrada da Bolívia no Mercosul depende apenas de decisão do Congresso brasileiro, uma vez que os Congressos de Argentina, Paraguai e Uruguai já aprovaram o pedido.
Amorim disse que Lula e Arce não discutiram, ao menos no trecho do encontro que presenciou, a política interna boliviana. Arce acusou recentemente a oposição de buscar orquestrar um golpe de Estado contra seu governo.
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Em 2019, após uma eleição contestada, o ex-presidente da Bolívia Evo Morales, que é do mesmo partido de Arce, deixou o poder em um movimento que vários integrantes da esquerda latino-americana chamaram de “golpe” — termo usado por Amorim nesta segunda para se referir à queda de Morales.
Indagado sobre a possibilidade de ruptura institucional no Brasil, em meio a falas constantes do presidente Jair Bolsonaro (PL) para enfatizar sua proximidade com as Forças Armadas como ex-capitão do Exército e dos questionamentos infundados que faz ao sistema eleitoral, Amorim fez a avaliação de que não há risco de golpe no Brasil.
Para ele, os militares só deram golpes na história do Brasil quando tinham três apoios: da grande mídia, da elite econômica e dos Estados Unidos.
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“Hoje não há apoio de nenhum desses três”, disse. Para Amorim, que também foi ministro da Defesa no governo Dilma Rousseff, embora Bolsonaro tenha “dado uma poluída” nas Forças Armadas, indicando um número sem precedentes de militares da reserva e da ativa para cargos tradicionalmente civis no governo, não há na caserna intenção de participar de uma ruptura institucional.
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