Cielo (CIEL3): Indicação de novo CEO é vista como positiva pelo mercado; ações fecham em alta de 4,9%

Nome indicado é visto como no campo "neutro" pelo mercado, com potencial para diminuir divergências entre os controladores da companhia

Vitor Azevedo

(Divulgação/Cielo)
(Divulgação/Cielo)

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A Cielo (CIEL3) formalizou na noite dessa terça-feira (24) a proposta para Estanislau Bassols, atual diretor da Mastercard Brasil, assumir o cargo de diretor-presidente (CEO) da companhia. A movimentação, no primeiro momento, foi bem aceita pelo mercado, uma vez que as ações ordinárias da adquirente subiram 4,89%, a R$ 5,79, enquanto o Ibovespa fechou em leve alta de 0,04%.

Além da atual posição, Bassols já foi CEO da SKY e da VR Benefícios. Ele permanece no cargo da Mastercard Brasil até o dia 31 de agosto e, posteriormente, assume a posição na Cielo – ainda que falte a aprovação do Conselho de Administração, que se reunirá no primeiro dia de setembro, o processo deve acontecer sem entraves, uma vez que os próprios integrantes da mesa formalizaram a proposta.

“Vi como positivo o anúncio ter sido célere e de um nome ‘de mercado’, sem levantar dúvidas sobre seu alinhamento. Havia o risco de ser alguém político indicado pelo Banco do Brasil (BBAS3) ou pelo Bradesco (BBDC4), o que poderia aumentar o conflito entre os dois maiores sócios. Não acho que a estratégia muda pois ela é traçada pelo Conselho, que é quem escolhe o CEO”, avalia Pedro Gonzaga, sócio da Mantaro Capital.

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Segundo o Brazil Journal, a relação entre o BB e o Bradesco estava estremecida nos últimos tempos. O banco estatal, que tem 28,65% da companhia, está mais focado em tornar a Cielo lucrativa, enquanto o Bradesco, com 30,06%, tem mais interesse em manter o market share (participação de mercado) da adquirente. Chegaram a circular comentários de que a empresa poderia fechar capital e de que o último CEO, Gustavo Souza, deixou o cargo por conta da dificuldade de atuação.

O Bank of America, que tem recomendação neutra e preço-alvo de R$ 5,60 para CIEL3 (valor 1,4% frente o fechamento anterior), vai na mesma linha, destacando que o fato de Bassols não ter ligação com nenhum dos dois controladores pode ser algo positivo – com o executivo atuando como “meio de campo” e evitando conflitos. O BofA, por sua vez, pondera que Bassols será o quarto CEO da empresa nos últimos quatro anos, demonstrando falta de continuidade em um momento desafiador para o setor.

A Cielo, apesar dos burburinhos, vem conseguindo reconquistar a confiança do mercado, com recuperação após anos perdendo margens e participação de mercado para as rivais. Apenas neste ano, as ações acumulam alta de 161%.

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“A Cielo divulgou sinais melhores recentemente, mas o segmento segue desafiador. Na nossa opinião, as empresas adquirentes continuam a enfrentar um mercado altamente competitivo, alimentado por novos participantes, taxas e regulamentações maiores, o que se reflete na trajetória dos últimos anos. Desde 2015, a participação de mercado da Cielo caiu de mais de 50% para cerca de 28%”, comenta o Goldman Sachs, em relatório.

O banco americano destaca que a adquirente fez desinvestimentos em ativos fora do seu foco de atuação e que voltou a ganhar participação de mercado nos últimos meses, mas manteve recomendação de venda, com preço-alvo de R$ 3 por ação.

De acordo com a própria companhia, o próximo ciclo de gestão da empresa terá ênfase em transformação digital, expansão das linhas de negócios e continuidade de crescimento de market share com maior rentabilidade.

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