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Embora o Pix, sistema criado pelo Banco Central, tenha sido absorvido pela maior parte dos brasileiros, a segurança das transações por meio da plataforma ainda é um ponto frágil.
Estimativa dos próprios bancos apontam que os golpes podem causar prejuízos na ordem de R$ 2,5 bilhões contra o sistema financeiro nacional neste ano — 70% das fraudes serão de operações via Pix.
“O Pix é seguro. Mas, se você é vítima de um sequestro-relâmpago ou sofre um golpe, a experiência [com a plataforma] é prejudicada”, afirmou Ricardo Teixeira Leite Mourão, chefe do Deban (Departamento de Operações Bancárias e de Sistema de Pagamentos) do BC, durante a Febraban Tech 2022, em São Paulo.
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Para conter fraudes, o próprio BC limitou os valores nas transações via Pix e busca responsabilizar dos bancos em relação às ‘contas laranjas’, que são abertas por criminosos para movimentar quantias ilícitas.
Um mecanismo muito usado que prejudica as vítimas no Pix é a chamada “engenharia social”. Nesse mecanismo, o criminoso usa de persuasão para convencer o usuário a compartilhar dados pessoais e informações bancárias. As instituições financeiras têm dificuldades em rastrear essas operações, já que o usuário, convencido pelo criminoso, autoriza cada etapa da jornada do Pix e efetiva a transação.
A fim de evitar mais problemas de segurança, Mourão afirmou, em debate no evento da Febraban, que o processo de abertura de contas em instituições financeiras deve ficar mais rígido. Não houve menção sobre fintechs ou bancos.
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“Se eu sei quem pagou e sei quem enviou o dinheiro, fica mais fácil rastrear as operações. Vamos deixar a abertura de contas mais robustas, com mais dados sobre identidade. Isso vai ser resolvido”, disse.
Fintechs e bancos digitais oferecem processos simplificados de abertura de contas, sendo possível completar o cadastro em minutos de forma 100% online. Nesse formato, mais brasileiros têm tido acesso ao sistema financeiro, o que é um ponto positivo. A crítica que recai ao processo é sobre o nível de segurança e a confirmação da identidade dos usuários.
A afirmação de Mourão pode sinalizar acréscimo de etapas nas aberturas de conta ampliando a segurança. O executivo do BC, porém, não detalhou como o processo será realizado.
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Infância do Pix
No evento da Febraban, Mourão também afirmou que o Pix está “em sua infância” e muitos outros produtos e serviços com a plataforma serão criados.
“O Pix está em sua infância. Estamos começando a ver e a quantificar os impactos dele na sociedade. Muitos casos de usos ainda podem ser desenvolvidos. É um organismo vivo com todo o mercado pensando em novas soluções”, disse.
Na agenda do BC, Mourão destacou que estão na fila o Pix Automático, que vai funcionar como um débito automático entre todas as instituições; e o Pix Garantido, que vai permitir o parcelamento por meio da plataforma de transações. Mourão, porém, não deu prazos para o lançamento dos serviços.
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“Queremos aprimorar alguns serviços que já estão funcionando, como o Pix Cobrança [que utiliza QR Codes para pagamentos]. A iniciação do Pix ainda pode melhorar também, mas estamos sempre atentos à questão da segurança das informações para avaliar alterações”, afirmou.