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O ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira (PP), afirmou nesta terça-feira (26) que banqueiros assinaram uma carta em defesa da democracia porque deixaram de ganhar dinheiro após o surgimento do PIX, o sistema de pagamentos instantâneos lançado em 2020 pelo Banco Central.
A carta a que Nogueira se refere é um manifesto organizado pela Faculdade de Direito da USP (Universidade de São Paulo), que foi assinada até o momento por mais de 2.000 pessoas. Entre elas estão Roberto Setúbal, ex-presidente do Itaú, Natália Dias, CEO do Standard Bank Brasil, Pedro Moreira Salles, presidente do conselho de administração do Itaú, e Pérsio Arida, ex-presidente do BNDES e do Banco Central.
“Presidente @jairbolsonaro , sabe porque os banqueiros hoje podem assinar cartas inclusive contra o presidente da República, ao invés de se calarem com medo nos congelamentos de câmbio do passado?”, escreveu o ministro da Casa Civil no Twitter.
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“Porque hoje, graças ao desprendimento do poder do Senhor e à visão de país do ministro Paulo Guedes, o Brasil passou a ter um Banco Central independente. Antes, o Banco Central podia ser o chicote ou o bombom dos governos para os banqueiros”, continuou.
“Agora, graças ao senhor, o Banco Central não obedece ao presidente. É independente. E agora os banqueiros podem até assinar manifestos contra o presidente pois sabem que não serão perseguidos. Eles podem assinar manifestos contra porque estão livres da perseguição, sim”, disse Nogueira.
Em seguida, o ministro fez referência ao lançamento do PIX. “Mas o Banco Central independente coloca em prática o PIX, que por ano transferiu mais de 30, 40 bilhões de reais de tarifas que os bancos ganhavam a cada transferência bancária e hoje é de graça”, escreveu.
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“Então, presidente, se o senhor faz alguém perder 40 bilhões por ano para beneficiar os brasileiros, não surpreende que o prejudicado assine manifesto contra o senhor. Mas os beneficiários, presidente, as dezenas de milhões de beneficiários do PiX vão assinar o manifesto deles também, no dia da eleição, apoiando o seu nome”, concluiu.
Presidente @jairbolsonaro, sabe porque os banqueiros hoje podem assinar cartas inclusive contra o presidente da República, ao invés de se calarem com medo nos congelamentos de câmbio do passado?
— Ciro Nogueira (@ciro_nogueira) July 26, 2022
O manifesto foi organizado por ex-alunos da Faculdade de Direito da USP diante de repetidas tentativas do presidente Jair Bolsonaro (PL) de descredibilizar as urnas eletrônicas e o processo eleitoral brasileiro.
“Nossas eleições com o processo eletrônico de apuração têm servido de exemplo no mundo. Tivemos várias alternâncias de poder com respeito aos resultados das urnas e transição republicana de governo. As urnas eletrônicas revelaram-se seguras e confiáveis, assim como a Justiça Eleitoral”, afirma um trecho do documento.
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Além de artistas, como Chico Buarque e Arnaldo Antunes, nove ex-ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) também são signatários do manifesto. Entre eles estão Ellen Graice, Carlos Ayres Britto, Cesar Peluso e Celso de Mello.
O documento será lido na sede da Faculdade de Direito da USP em 11 de agosto. A data marca o aniversário da leitura de outro manifesto no mesmo local, em 1977, para denunciar a ditadura militar em curso no país.
Pessoas que querem assinar o documento podem fazê-lo de forma virtual nos sites da Faculdade de Direito da USP, da Associação de Juízes Federais, Associação do Ministério Público e do Grupo Prerrogativas.
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