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SÃO PAULO – A desvalorização do dólar ante o real e a forte queda dos preços dos imóveis nos Estados Unidos nos últimos anos fizeram com que muitos brasileiros começassem a pensar em comprar um imóvel nos Estados Unidos, tanto para investir quanto para passar férias.
Para se ter uma ideia, um levantamento da NAR (Associação Nacional de Corretores de Imóveis dos Estados Unidos, na sigla em inglês) efetuado no final do ano passado, mostrou que os brasileiros foram responsáveis por 8% de todas as compras de imóveis vendidos para estrangeiros entre julho de 2010 e junho de 2011.
Este ano, o interesse pela compra de imóveis nos EUA deve continuar, na opinião do gerente de câmbio simplificado da TOV Corretora, Fernando Bergallo. Entretanto, os compradores estabeleceram um novo “piso”, de R$ 1,80 para a cotação do dólar.
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“É impressionante o que está acontecendo. Basta a moeda brasileira ser cotada acima de R$ 1,80 e simplesmente os clientes que compram imóveis nos Estados Unidos somem. Assim que ela bate R$ 1,799 os clientes reaparecem”, afirma Bergallo.
Para o empresário Jorge Maia, que comprou recentemente um imóvel em Miami, o preço da moeda influencia os ganhos devido a uma possível valorização cambial. “Entendo que o dólar abaixo de R$ 1,80 pode subir e bater R$ 2, como no final do ano passado chegou a bater R$ 1,94. Portanto, com a moeda acima de R$ 1,80, um eventual ganho fica mais remoto”, explica.
De acordo com Bergallo, com a valorização do real, o brasileiro está criando uma resistência a cada novo patamar alcançado. “Quando a cotação bateu R$ 1,65, os corretores americanos bateram recordes de venda e a demanda foi tanta que o mercado imobiliário aqueceu e os preços tiveram um ágio de até 20% (comparado ao fundo do poço que atingiram na crise)”, diz. “Agora, com os preços dos imóveis americanos reajustados e mais perto da realidade, a sensação do investidor é de que até R$ 1,80 ainda é um excelente negócio”, completa.
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Dicas para comprar
Especialistas no mercado imobiliário ressaltam que os procedimentos de segurança adotados antes de adquirir um imóvel nos Estados Unidos devem ser os mesmos de quando se compra uma residência no Brasil.
É importante saber, por exemplo, quem é o agente que está intermediando aquela compra, se ele é ou não autorizado a fazer este tipo de transação, se a empresa é idônea, entre outros pontos. Também é fundamental conhecer o imóvel antes da compra.
“Tem muita gente que compra imóvel em Miami sem nem visitar antes. Eu tomaria muito cuidado com isso”, aconselha o vice-presidente do Ibef (Instituto Brasileiro de Executivos de Finanças) e autor do livro “Imóveis, Seu Guia Para Fazer da Compra e Venda um Grande Negócio”, Luiz Calado.
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Ele lembra do recente episódio de desmoronamento de três prédios no centro do Rio de Janeiro para ressaltar a importância de conhecer bem o local (seja no Brasil ou no exterior) antes de assinar a aquisição de um imóvel. “É essencial visitar o lugar e as redondezas. Vai que você compra um edifício grudado a um outro prédio, em uma zona degradada”, alerta.
Quem pretende comprar um imóvel nos EUA também precisa se atentar para os impostos. Isto porque a tributação para imóveis no país é bem diferente daquela que nós temos no Brasil e existem algumas peculiaridades, como a “lei da herança”.
“Se você vai comprar um imóvel em outro país, entenda as questões referentes aos impostos. Um dia, você pode querer vender o imóvel e voltar com este dinheiro para o Brasil. Então, é preciso entender como funciona a tributação de investimento imobiliário no país que você escolher para comprar”, conclui Calado.