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Por Simon Johnson e Tom Balmforth
ESTOCOLMO/KIEV (Reuters) – O presidente russo, Vladimir Putin, pareceu recuar nesta segunda-feira (16) nas objeções da Rússia às entradas de Suécia e Finlândia na Otan, dizendo que Moscou não tinha problemas com a adesão deles à aliança militar liderada pelos Estados Unidos, uma decisão tomada em reação à invasão russa à Ucrânia.
Embora o líder russo tenha dito que Moscou agiria se a Otan colocasse mais tropas ou equipamentos no território dos seus novos membros –o que Finlândia e Suécia já descartaram–, ele afirmou que a expansão da Otan em si não é uma ameaça.
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“Sobre a expansão, incluindo novos membros Finlândia e Suécia, a Rússia não tem problemas com esses países — nenhum. E no sentido de que não há ameaça imediata à Rússia por uma expansão que inclua essas nações”, disse Putin.
Os comentários parecem marcar uma grande mudança de posição da Rússia. Por décadas, Moscou considerou a expansão da Otan com novos membros uma ameaça direta à segurança da Rússia, inclusive citando-a como uma justificativa para a própria invasão à Ucrânia.
Apenas horas antes de Putin falar, o vice-ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Ryabkov, disse que Finlândia e Suécia estavam cometendo um erro que teria amplas consequências: “Eles não devem se iludir de que nós simplesmente vamos tolerar isso”.
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O próprio porta-voz de Putin, Dmitry Peskov, questionado na quinta-feira se a entrada da Finlândia na Otan era uma ameaça à Rússia, disse: “Definitivamente. A expansão da Otan não torna nosso continente mais seguro e estável”.
Mas, diante da perspectiva de que suas ações possam causar a própria expansão da Otan à qual ele havia se oposto, Putin parece ter decidido não ser diretamente contra.
Ele disse, no entanto, que a ampliação da Otan estava sendo usado pelos Estados Unidos de uma maneira “agressiva” para piorar uma situação de segurança global que já é difícil, e que a Rússia responderia se a aliança avançar armas ou tropas.
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“A expansão da infraestrutura militar neste território certamente provocaria nossa resposta”, afirmou Putin aos líderes da Organização do Tratado de Segurança Coletiva (OTSC), que inclui Belarus, Armênia, Cazaquistão, Quirguistão e Tadjiquistão.
Não alinhadas durante a Guerra Fria, Finlândia e Suécia dizem que agora querem a proteção oferecida pelo tratado da Otan, sob o qual um ataque a um dos membros é um ataque contra todos.
“Estamos deixando uma era para trás e entrando em uma nova”, disse a primeira-ministra da Suécia, Magdalena Andersson, anunciando os planos de abandonar formalmente o status de não alinhamento militar que tem sido pilar da identidade nacional da Suécia há mais de 200 anos. “A Otan fortalecerá a Suécia, a Suécia fortalecerá a Otan”, disse.
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Autoridades suecas e finlandesas disseram que o próprio Putin é o culpado pelas decisões de entrar na Otan. O ex-primeiro-ministro sueco, Carl Bildt, tuitou uma foto de um prêmio falso para Putin como “vendedor do ano da Otan”.
A Rússia deu poucas pistas específicas sobre o que fará em resposta ao alargamento nórdico da Otan, as maiores consequências estratégicas da invasão russa da Ucrânia até hoje.
Um dos aliados mais próximos de Putin, o ex-presidente Dmitry Medvedev, disse no mês passado que a Rússia poderia mobilizar armas nucleares e mísseis hipersônicos no exclave russo de Kaliningrado se a Finlândia e a Suécia se juntassem à Otan.
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A Otan, fundada em 1949 para fornecer segurança europeia contra a União Soviética, supera a Rússia em quase todas as medidas militares, exceto armas nucleares, embora a espinha dorsal do poder militar da aliança seja os Estados Unidos — cujas forças estão mobilizadas sobretudo longe da Europa.
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