Fundo Verde aproveita “calmaria temporária” no Brasil e ganha com ações, juros internacionais e petróleo; desempenho de março é o melhor em 12 meses

Apesar de manter parte da alocação em Brasil, gestora pondera que eleição "mais competitiva do que o consenso imaginava" deve esquentar cenário político

Bruna Furlani

Luis Stuhlberger (Foto: Germano Lüders)
Luis Stuhlberger (Foto: Germano Lüders)

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Com posições que poderiam se beneficiar de um ambiente de maior pressão inflacionária, fluxos positivos para alguns papéis brasileiros e de um cenário de maior aperto na oferta de petróleo, os ganhos do fundo Verde atingiram 4,19% em março. Trata-se do maior retorno mensal registrado pelo fundo nos últimos 12 meses, de acordo com números da Economatica.

Nesse mesmo período, o CDI – taxa de referência entre fundos multimercados – subiu 0,93%. A performance do fundo também ficou novamente acima da média dos multimercados de gestão ativa no Brasil, medida pelo Índice de Hedge Funds Anbima (IHFA), que fechou o mês passado em 3,55%.

Em carta mensal divulgada a clientes, a gestora homônima comandada por Luis Stuhlberger destacou que o resultado foi fortemente influenciado por posições tomadas (que acreditam na alta)  em juros de mercados desenvolvidos, além de alocações em ações brasileiras.

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Também impulsionou a performance do fundo a exposição comprada em inflação implícita – com operações em que os gestores ganham quando a expectativa de inflação sobe ao longo do tempo, além da compra de opções de petróleo.

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De acordo com a Verde, o resultado foi ajudado pelo fato de que o mercado brasileiro está sendo bastante beneficiado por fluxos que estão, em grande medida, fora de seu controle ou influência. “A forte alta dos preços das commodities traz um enorme benefício para nossa balança comercial, e explica em grande medida a boa performance do real e do Ibovespa”, afirmaram os especialistas da casa.

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Por outro lado, diz a carta, a persistência da inflação acaba por fazer com que as taxas de juros tenham que se manter bem acima do juro neutro para controlar melhor a alta de preços.

Apesar de manter uma parcela da alocação em Brasil com posições em inflação implícita e em Bolsa local, a Verde ponderou que a relativa calmaria do noticiário local vista até então deve ser apenas “temporária”.

Para eles, o cenário político tende a esquentar, à medida em que o País se aproximar do período eleitoral e que a disputa der sinais de que “será mais competitiva do que o consenso imaginava até pouco tempo atrás”.

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Já ao comentar sobre o cenário internacional, a Verde observou que a guerra segue reforçando aspectos estagflacionários do quadro macroeconômico atual e que isso tem causado certa surpresa entre os especialistas da casa.

“Nos surpreende como o mercado acionário global tem absorvido bem esse forte aumento das taxas de desconto, e nos perguntamos até quando isso vai durar”, questionam os analistas da Verde.

Nesse sentido, a gestora destacou que manteve apenas posições tomadas em juros nos Estados Unidos e, em menor medida, na Europa.

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