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Com a falta de peças ainda provocando paralisações de fábricas, ao mesmo tempo em que o consumo de automóveis dá sinais de enfraquecimento, as montadoras tiveram no mês passado o pior março em produção dos últimos 19 anos.
Entre carros de passeio, utilitários leves, caminhões e ônibus, 184,8 mil unidades saíram das linhas de montagem no terceiro mês do ano, queda de 7,8% contra o volume de igual período de 2021. Não se via número tão baixo para o mês desde março de 2003, quando as montadoras fabricaram 127,5 mil veículos.
Divulgado nesta sexta-feira (8) pela Anfavea, a associação que representa a indústria nacional de veículos, o balanço mostra que, se comparado a fevereiro, março teve crescimento de 11,4% na produção. A reação no comparativo mensal não evitou, no entanto, o primeiro trimestre mais fraco desde 2004 (484,3 mil unidades nos três primeiros meses).
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De janeiro a março, foram montados 496,1 mil veículos na soma de todas as categorias, 17% a menos do que o total acumulado nos três primeiros meses do ano passado.
Embora as maiores montadoras do país tenham reativado, desde o início do ano, turnos que estavam parados há pelo menos dois meses, ainda há fábricas, tanto de carros quanto de caminhões, que ficam com atividades suspensas por períodos que vão de dias a pelo menos uma semana em ajustes atribuídos à irregularidade no abastecimento de peças. O maior gargalo continua sendo a escassez mundial de semicondutores, que restringe os estoques de componentes eletrônicos.
No entanto, diante do aumento de preços, acompanhado agora de taxas de financiamento mais altas, o consumo de veículos tem ficado ainda aquém da limitada oferta de carros no mercado. No mês passado, as vendas caíram 22,5% na comparação com o mesmo mês de 2021, para 146,8 mil unidades. Em termos de venda, foi o março mais fraco em 18 anos apesar de o governo ter reduzido em 18,5% as alíquotas do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) aplicadas na comercialização de automóveis.
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Frente a fevereiro, um mês com menos dias de venda, março mostrou crescimento de 10,9%. Mesmo assim, no acumulado desde o início do ano (405,7 mil unidades licenciadas), o mercado de veículos novos segue marcando o volume mais baixo desde 2005.
O quadro só não é pior para as montadoras porque as exportações estão em alta. Só em março, foram embarcados 38,9 mil veículos, 5,8% a mais do que no terceiro mês de 2021. Em relação a fevereiro, os embarques, que têm a Argentina como principal destino, caíram 6,2%, mas o total vendido ao exterior no trimestre (108,1 mil unidades) seguiu no azul, com crescimento de 12,8% no comparativo interanual.
O balanço da Anfavea mostra ainda que as montadoras de veículos abriram 430 vagas de trabalho em março, empregando no fim do mês 101,8 mil pessoas.
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