Bitcoin abre mês em queda com receio de nova lei de criptos na Europa; correlação com S&P500 chega perto da máxima

Investidores estão receosos de que nova lei votada por legisladores europeus freie a inovação no setor

Paulo Alves CoinDesk

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Bitcoin (BTC), Ethereum (ETH) e a maioria das principais criptomoedas operam em terreno negativo na manhã desta sexta-feira (1º) em meio à piora dos números da inflação nos EUA e a uma votação da União Europeia sobre a uma legislação de criptomoedas vista com maus olhos pela indústria.

Um projeto de lei aprovado no continente proíbe transações anônimas de criptomoedas, medida que a indústria considera capaz de sufocar a inovação no setor. A regra se aplica a pagamentos acima de 1.000 euros, e requer a identificação dos usuários até mesmo em caso de uso de carteiras não-hospedadas (auto custódia).

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A maior criptomoeda por capitalização de mercado é negociada às 7h15 a US$ 45.110, com queda de 4,5% nas últimas 24 horas. Segundo maior criptoativo, o ETH cai um pouco menos, 4%, para US$ 3.274. Sugerindo menor apetite ao risco entre os investidores, criptos menores têm desempenho pior, a exemplo de tokens de metaverso como Gala (GALA) e The Sandbox (SAND), que recuam cerca de 10%.

O desempenho das principais criptos acompanha o mercado de ações, em mais um indicativo de alta correlação entre as classes de ativos. O Bitcoin fechou o trimestre em queda de 2%, estreitando a correlação com o S&P para quase 0,9 (1 é a correlação perfeita).

A correlação entre o índice e o Bitcoin parece ser cíclicas, com perdas da criptomoeda superando as do mercado de ações, dado que é mais volátil e funciona 24 horas por dia. Da mesma forma, um movimento de recuperação tende a ser mais contundente, superando o S&P.

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Embora o Bitcoin tenha tido um dos piores começos de ano de todos os tempos, acabou ganhando cerca de 9% ao longo de março, eventualmente superando o desempenho das ações dos EUA.

No entanto, muitas criptomoedas ganharam vida própria e seguiram em disparada sem hesitação. Foi o caso de rivais do Ethereum como como Solana (SOL), Terra (LUNA), Avalanche (AVAX) e Cardano (ADA), que registraram ganhos de dois dígitos no último mês.

O catalisador, segundo especialistas, foi a crescente expectativa em relação à atualização do Ethereum 2.0, prevista para o final de junho.

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Nesta manhã, algumas altcoins continuam ignorando a correção do Bitcoin e seguem em disparada. Destaque nesta semana, o projeto STEPN (GMT) sobe mais de 50% em apenas 24 horas e já acumula alta de mais de 330% nos últimos sete dias.

O token é um ativo de governança de um aplicativo move-to-earn (mover-se para ganhar): em vez de jogar games para ganhar (play-to-earn), a proposta é recompensar usuários que praticam exercícios físicos.

O desempenho semanal é similar ao da Ziliqa (ZIL), que salta 6,7% hoje. Em uma semana, a criptomoeda valoriza mais de 300% em movimento especulativo às vésperas do lançamento de um novo projeto de metaverso chamado Metapolis, marcado para amanhã.

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O que diz o gráfico do Bitcoin

Em termos de análise gráfica, o Bitcoin está em modo de retração depois que o o preço esbarrou na resistência (zona com muito interesse de venda) de US$ 48 mil, afirma o analista Damanick Dantes. Segundo ele, a criptomoeda pode encontrar suporte (zona com muito interesse de compra) em US$ 43 mil, região vista com potencial para estabilizar o movimento de baixa.

O especialista aponta ainda que o índice de força relativa (RSI) no gráfico diário está caindo dos níveis de sobrecompra. No gráfico semanal, no entanto, o RSI está neutro com leituras de impulso positivas. Isso significa que os compradores podem permanecer ativos em níveis de suporte.

Ainda assim, o trader ressalta que o BTC está tentando cair abaixo de uma linha de tendência de alta de duas semanas. Se isso ocorrer, espera-se que o preço mergulhe de forma mais acentuada, semelhante ao que ocorreu no início de fevereiro.

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Para o Bitcoin mirar os US$ 50.966, diz o Dantes, o preço deverá se manter acima de US$ 45 mil nos próximos dias.

Confira o desempenho das principais criptomoedas às 7h15:

Criptomoeda Preço Variação nas últimas 24 horas
Bitcoin (BTC) US$ 45.110,19 -4,5%
Ethereum (ETH) US$ 3.274,40 -4%
Binance Coin (BNB) US$ 429,28 -3,8%
Solana (SOL) US$ 125,04 +0,4%
XRP (XRP) US$ 0,818528 -5,4%

As criptomoedas com as maiores altas nas últimas 24 horas:

Criptomoeda Preço Variação nas últimas 24 horas
STEPN (GMT) US$ 3,07 +50,5%
Waves (WAVES) US$ 55,53 +10,1%
Ziliqa (ZIL) US$ 0,202991 +6,7%
Fantom (FTM) US$ 1,50 +3,1%
Synthetix (SNX) US$ 7,12 +2,7%

As criptomoedas com as maiores quedas nas últimas 24 horas:

Criptomoeda Preço Variação nas últimas 24 horas
Chiliz (CHZ) US$ 0,274361 -10,9%
Gala (GALA) US$ 0,250656 -10,3%
Helium (HNT) US$ 23,15 -10%
Loopring (LRC) US$ 1,17 -9,6%
Neo (NEO) US$ 26,41 -9,6%

Confira como fecharam os ETFs de criptomoedas no último pregão:

ETF Preço Variação
Hashdex NCI (HASH11) R$ 39,47 -3,73%
Hashdex BTCN (BITH11) R$ 51,99 -3,72%
Hashdex Ethereum (ETHE11) R$ 46,55 -2,5%
Hashdex DeFi (DEFI11) R$ 44,60 -3,79%
QR Bitcoin (QBTC11) R$ 13,65 -3,12%
QR Ether (QETH11) R$ 11,41 -3,46%
QR DeFi (QDFI11) R$ 8,35 -4,57%

Veja as principais notícias do mercado cripto desta sexta-feira (1º):

Primeira tokenizadora regulada pela CVM inicia operações

A Vórtx QR Tokenizadora abre nesta sexta-feira (1º) as operações da primeira corretora de ativos digitais do Brasil com aval da Comissão de Valores Mobiliários (CVM).

A plataforma funciona no âmbito do sandbox regulatório da CVM, um ambiente experimental supervisionado pelo regulador que envolve o uso de licenças temporárias.

A Vórtx oferece aos usuários uma carteira digital para receber os recursos que serão, posteriormente, utilizados na compra e venda de ativos tokenizados.

Buenos Aires terá identidade digital na blockchain

A capital da Argentina, Buenos Aires, começou a trabalhar em uma plataforma de identidade digital baseada em blockchain com o objetivo de dar aos moradores da cidade controle sobre seus dados pessoais.

A cidade publicou na terça-feira um whitepaper (guia) com a proposta da plataforma, que estará operacional entre o último trimestre de 2022 e o primeiro trimestre do próximo ano, disse Diego Fernández, secretário de inovação e transformação digital de Buenos Aires, ao CoinDesk.

A plataforma será descentralizada, pública e não autorizada, disse Fernandez, acrescentando que estará disponível para uso por qualquer organização, administração governamental ou empresa que deseje cunhar identidades verificáveis, sem precisar da aprovação da cidade.

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Paulo Alves

Editor de Criptomoedas