LinkedIn recua e passa a permitir anúncios de vaga para negros e indígenas no Brasil

Mudança de regra ocorre após repercussão negativa de retirada de publicação de vagas para minorias

Equipe InfoMoney

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Depois de derrubar um anúncio de vagas para negros e indígenas, o LinkedIn recuou e passou a aceitar a divulgação de posições de emprego para minorias.

Em nota enviada ao InfoMoney, a rede social voltada para trabalho diz que atualizou sua política global de anúncios de vagas para permitir a divulgação de publicações que expressem preferência por profissionais de grupos historicamente desfavorecidos na contratação, sobretudo, em países onde esta prática é considerada legal.

“No Brasil, agora são permitidas vagas afirmativas, inclusive, para pessoas negras e indígenas”, afirmou, por nota, o LinkedIn.

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O LinkedIn foi acionado por Ministério Público Federal e Procon-SP após a rede social excluir anúncio recente de uma vaga de emprego feito pelo Centro de Análise da Liberdade e do Autoritarismo (Laut), em que seria dada preferência a candidatos negros e indígenas.

Segundo o MPF, a decisão da plataforma contrariou esforços realizados no Brasil para a inclusão de minorias por meio de ações afirmativas.

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Em sua primeira manifestação sobre o caso, o LinkedIn informou que as vagas divulgadas na plataforma “não especificavam preferências ou requisitos relacionados a características individuais, como idade, sexo, religião, etnia, raça ou orientação sexual”.

Esta regra foi alterada no Brasil, após o caso gerar revolta e um pedido de resposta da rede social junto ao MPF e ao Procon-SP.

Políticas afirmativas

O reitor da Faculdade Zumbi dos Palmares, José Vicente, avalia que as políticas afirmativas “são indispensáveis, sobretudo, num país marcado pela exclusão, pela desigualdade racial e pela manifesta intensidade do racismo nas relações sociais e nas relações do mercado de trabalho”.

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“Em qualquer país, elas [políticas afirmativas] são importantes para garantir a representação, a pluralidade e a diversidade, e num país como o nosso, que tradicionalmente é excludente por conta do racismo estrutural, é indispensável. Sem elas, a gente continuará com o mesmo panorama que nós temos hoje, ou seja, 54% da população de negros e você não tem negros nas empresas”, acrescentou.

Vicente acentua  que é indispensável a atuação do MPF e do Procon em situações como esta. “Porque quem tem as ferramentas, a competência e também a reserva legal para poder fazer intervenção dessa natureza é justamente o Procon e o Ministério Público. Sem as instituições para implementar essas ações, o direito fica insubsistente, você consegue até efetivamente identificar o agressor, mas [sem as instituições] não consegue punir, não consegue ao final responsabilizá-lo.”

Com informações da Agência Brasil.

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