Fundos, clubes e ETFs: qual modalidade de investimento em ações é melhor para você?

Especialistas apontam as principais diferenças entre os clubes de investimento, fundos de ações e ETFs; escolha com qual operar

Diego Lazzaris Borges

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SÃO PAULO – Existem várias maneiras de diversificar o investimento em ações. Para aqueles que gostam de comprar diretamente os papéis e possuem um capital maior, a aquisição de ações de empresas sólidas de diversos setores é uma das alternativas indicadas.

Entretanto, também é possível diversificar por meio da compra indireta de ações, investindo via fundos de ações, clubes de investimentos ou ETFs (Exchange Traded Funds), também conhecidos como fundos de índices.

Você provavelmente já ouviu falar destas modalidades de investimentos, mas conhece as suas principais características e as vantagens e desvantagens de operar por meio delas?

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Fundos de investimentos em ações
Ao aplicar por meio de fundos de ações, o investidor compra cotas do fundo, que investirá em ações de determinadas companhias – definidas no estatuto do fundo ou pelo próprio gestor.

Ou seja, no caso de optar por um fundo de ações, o investidor estará delegando os seus investimentos para uma terceira pessoa (o gestor do fundo), que terá o trabalho de escolher os ativos que farão parte do portfólio e fazer todas as transações de compra e venda.

“O único trabalho que o investidor tem com os fundos de investimento é escolher qual o melhor fundo”, afirma o gerente-geral do INI (Instituto Nacional de Investidores), Paulo Portinho. Entretanto, esta não é uma tarefa tão simples assim. “Escolher bem o fundo e o gestor é uma tarefa importante e que requer uma boa pesquisa”, afirma Portinho.

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Mas ter um profissional especializado responsável pela compra e venda dos ativos tem seu preço e, por isso, os fundos de investimentos cobram uma taxa de administração.

De acordo com o educador financeiro e fundador do Centro de Estudos e Formação de Patrimônio Calil & Calil, Mauro Calil, o investidor deve pesquisar as taxas cobradas pelas gestoras. “As taxas podem variar e em muitos casos atingem até 3% ou 4% ao ano”, afirma Calil. “Não é barato, mas, dependendo do fundo e da rentabilidade, até 3% ao ano pode valer a pena”, diz o educador financeiro.

Outro ponto importante que deve ser analisado é se o fundo é passivo ou ativo. De acordo com os especialistas, não é vantajoso para o investidor optar por fundos passivos – que tentam acompanhar fielmente algum índice de ações, sem nenhuma alteração da carteira –, por conta das taxas de administração.

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Segundo eles, para aqueles que têm interesse em comprar ações que seguem algum índice a melhor opção podem ser os ETFs.

ETFs
Os ETFs são fundos de índice, ou seja, representam todas as ações que compõem a carteira teórica do índice usado como referência. Segundo especialistas, investir neste tipo de ativo é uma boa opção para aqueles que têm interesse em diversificar os investimentos entre várias ações, mas que não possuem dinheiro suficiente para comprar todos os papéis.

Quem opta por investir em ETFs também não pode fazer nenhum tipo de modificação na carteira de ativos do fundo. “Para quem não quer fazer nenhum investimento ativo, é uma ótima opção”, afirma o executivo do INI.

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De acordo com Portinho, uma das vantagens é que o investidor consegue diversificar os ativos entre companhias que, teoricamente, têm algum destaque – já que participam de um índice de ações. “Supondo que o índice mantenha as companhias de bom nível, você vai investir em ações destas empresas sem precisar desembolsar um valor muito alto”, afirma.

Segundo o site da BM&FBovespa, o lote-padrão de ETF é composto por 10 cotas. No caso do BOVA11 – ETF, que replica o índice Bovespa, por exemplo, essas 10 cotas custam cerca de R$ 550 atualmente. “No entanto, os ETFs também podem ser negociados no mercado fracionário (portanto, a quantidade mínima seria de 1 ação e o valor mínimo seria de R$ 55)”, diz o site da bolsa.

Assim como o investimento direto em ações, para investir em ETFs, também são cobradas taxa de custódia e de corretagem. Mas, de acordo com Portinho, os custos são mais baixos do que nos fundos de investimentos em ações. “O ETF é uma forma de se atrelar a algum índice com custo muito baixo, bem menor do que nos fundos”, afirma.

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Clubes de investimentos
Mauro Calil explica que os clubes de investimentos são uma boa alternativa para quem quer aproveitar as oportunidades do mercado de renda variável e possui amigos ou familiares que têm as mesmas intenções. “A grande vantagem do clube é a participação do cotista na decisão da gestão e eu vejo nisso um valor educacional muito grande”, diz o educador financeiro.

Ou seja, diferentemente dos ETFs e dos fundos de ações, o investidor pode participar da gestão do clube, escolhendo os ativos que farão parte do portfólio. “Se você quer fazer um investimento ativo, quer decidir e quiser aprender, o clube é um excelente caminho”, afirma Portinho, do INI.

As corretoras também cobram taxas de administração e, dependendo do patrimônio do clube, os valores podem ser mais salgados. “ O custo é mais ou menos o do fundo, 2% a 3% ao ano”, afirma Calil. Além da taxa de administração, são cobradas taxas de corretagem.

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De acordo com o educador financeiro, o investidor deve pesquisar entre as corretoras, pois as taxas podem variar bastante. “Clubes com patrimônio a partir de R$ 300 mil costumam ter taxas menores, mas é bom pesquisar e analisar as taxas cobradas por diversas corretoras antes de escolher”, aconselha Calil.

Diego Lazzaris Borges

Coordenador de conteúdo educacional do InfoMoney, ganhou 3 vezes o prêmio de jornalismo da Abecip