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A XP revisou as suas estimativas para as ações do setor de e-commerce, destacando os principais temas que devem ser o foco dos investidores em 2022.
Danniela Eiger, Gustavo Senday e Thiago Suedt destacaram em relatório que seguem cautelosos com o setor frente ao cenário macro desafiador, aumento de juros (tanto local como globalmente) e competição.
Assim, os analistas mantiveram recomendação neutra para as companhias do segmento de sua cobertura, com redução do preço-alvo. Americanas (AMER3) teve o preço-alvo cortado de R$ 45 para R$ 40 (ainda um potencial de valorização de cerca de 20% em relação ao fechamento da véspera), enquanto Magazine Luiza (MGLU3) teve o target cortado de R$ 18 para R$ 12 (um upside de 83,5% na mesma comparação). Via (VIIA3) teve o preço-alvo reduzido de R$ 10 para R$ 7, um potencial de alta ainda de 69%, enquanto Enjoei (ENJU3) foi de R$ 7 para R$ 5 (upside de 61,3%).
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Os analistas destacam que cinco temas devem ser monitorados pelos investidores em 2022. São eles: (i) a dinâmica macroeconômica e seu impacto no resultados; (ii) a procura por um possível ponto de virada e o piso do valuation do setor; (iii) análise dos pilares da estratégia de ecossistema: super app, logística e fintail; (iv) o cenário competitivo e onde está o foco de cada empresa; e (v) fusões e aquisições.
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Em primeiro lugar, está o cenário macroeconômico. Os analistas enxergam a deterioração macro, a alta das taxas de juros e a incerteza econômica como as principais razões por trás da performance negativa do setor.
“De uma forma geral, continuamos a enxergar uma dinâmica desafiadora para 2022, com a combinação de i) alta das taxas de juros e inflação; ii) baixo crescimento do PIB; e iii) incerteza política à medida que estamos em um ano de eleições”, apontam os analistas.
Outro ponto destacado, em segundo lugar, é sobre a procura por um possível ponto de virada e o piso do valuation do setor.
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Apesar de reconhecerem que o cenário para as empresas de e-commerce deva permanecer desafiador no curto prazo, apontaram possível alavancas que possam destravar a reavaliação das ações. Dentre elas, a acomodação das taxas de juros, a Copa do Mundo (que desempenha um papel importante para os varejistas de e-commerce, pois geralmente é um forte impulso para a demanda por TVs) e uma dinâmica de competição mais racional.
“Concentramos nossa atenção em MGLU3 e VIIA3, pois as vemos como as mais afetadas pelo cenário macro atual. No geral, vimos uma mudança na percepção dos investidores sobre histórias de crescimento, agora priorizando crescimento e lucratividade e, portanto, olhando para um múltiplo Preço/Lucro normalizado em vez de EV/GMV (ou Enterprise Value, ou valro da firma sobre Gross Merchandise Volume, ou volume bruto de mercadorias).
Além disso, há um certo ceticismo em relação à evolução do mix de produtos, que por sua vez se traduz em olhar para os pares internacionais mais voltados para bens duráveis.
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Os analistas ainda questionam se a construção de um ecossistema é o movimento correto, avaliando os principais pilares de um ecossistema bem sucedido, que são citados a seguir: i) O SuperApp e como cada empresa está posicionada; ii) Fintail, com a junção de varejo e fintech; e iii) A disputa pela entrega mais rápida (e mais barata), com uma comparação entre os principais players e seus pares globais.
Para Danniela, Suedt e Senday, o Magalu possui o ecossistema de varejo mais desenvolvido da cobertura, embora
reconheçam que o e-commerce brasileiro ainda esteja muito atrás dos seus pares asiáticos. “Com mais de 20 aquisições anunciadas nos últimos 2 anos, a empresa expandiu seu mercado endereçável em: conteúdo & mídia (Jovem Nerd, Steal the
Look e Canal Tech), logística (GFL, SincLog, Plus Delivery, GrandChef), publicidade (InLoco) e outras categorias de comércio (Kabum!, AiQFome, Netshoes e Estante Virtual). A estratégia da empresa agora é usar a ampla gama de serviços, ofertas e categorias de produtos para alavancar a adoção do SuperApp e digitalizar ainda mais os varejistas brasileiros”, apontam.
Os analistas ainda avaliaram onde cada empresa de sua cobertura se encaixa além de entender o tamanho da ameaça que Alibaba e Shopee podem ser.
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“Vemos a Americanas focando em conveniência, Magalu na digitalização do varejo e a Via em consumidores de baixa renda através do seu crediário, ao mesmo tempo em que se torna uma facilitadora para outros marketplaces”, apontam.
O quinto ponto destacado é sobre fusões e aquisições (ou M&A). “Não esperamos que M&As desacelerem neste ano, uma vez que empresas como a Magalu e Americanas estão bem capitalizadas. Entretanto, acreditamos que os possíveis alvos diferem, dependendo da estratégia e posicionamento de mercado de cada empresa”, avaliam.
Para a XP, o Magalu deve continuar a analisar empresas que complementem seu ecossistema em todos os campos (fintech, geração de conteúdo, software para sellers, publicidade, marketing digital, logística) e até novas categorias de produtos, como vestuário, alimentos e produtos de cauda longa.
No caso da Americanas, há duas principais frentes: i) fortalecimento de seu ecossistema, com possíveis alvos sendo empresas focadas em serviços (fintech, logística, publicidade), bem como categorias complementares; e ii) construção de sua vertical de franquias, através da aquisição de varejistas bem operadas que poderia ser aceleradas com o suporte dos serviços
financeiros, logísticos e de marketing da Americanas.
Em relação à Via, provavelmente focará em empresas menores (com pouco impacto na posição de caixa da companhia) e complementares, assim como a aquisição da CNT. “Nesse sentido, acreditamos que o foco será em áreas como logística, publicidade digital e sortimento de produtos”, apontam.
Já para a Enjoei, ela pode mapear possíveis alvos ou ser visto como um. De um lado, a empresa pode adquirir marketplaces menores e nichados, como a Gringa. De outro, a depreciação do valor de mercado da companhia (de cerca de R$ 610 milhõesi) combinada com sua posição de caixa de (cerca de R$ 410milhões) tornam a empresa um alvo interessante para competidores internacionais (como a americana Poshmark e a Uruguai Vopero), fundos de Private Equity ou até empresas listadas brasileiras que desejem explorar o mercado de produtos usados, avaliam.
Confira as estimativas da XP para as ações do segmento de e-commerce:
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