Quase 100% de adolescentes que precisam de UTI não são vacinados, indica pesquisa

Imunizantes evitaram 98% das visitas à UTI e 94% das hospitalizações, segundo estudo do New England Journal of Medicine

Bloomberg

Profissional da saúde segura vacina contra a Covid-19 (Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil)
Profissional da saúde segura vacina contra a Covid-19 (Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil)

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Quase todos os adolescentes que precisaram de cuidados de terapia intensiva para a Covid-19 não foram vacinados, segundo estudo que reforça o uso das vacinas da Pfizer e da BioNTech em jovens.

A vacina evitou 98% das visitas à UTI e 94% das hospitalizações relacionadas à Covid no estudo com mais de 1.000 adolescentes de 12 a 18 anos em 23 estados dos EUA, publicado na quarta-feira (12), no New England Journal of Medicine.

Embora os adolescentes possam desenvolver complicações graves decorrentes da Covid, é relativamente raro que isso aconteça, o que dificulta a avaliação da eficácia da vacina se comparado com adultos mais velhos, levando a alguma controvérsia sobre a imunização de pessoas mais jovens.

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Por exemplo, os dados que a Pfizer enviou para buscar a autorização da vacina a crianças de 12 a 15 anos não incluíam casos suficientes para avaliar a eficácia na prevenção da Covid grave.

A pesquisa do Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos EUA com uma rede de 31 hospitais é uma das mais detalhadas até agora e mostra que as vacinas podem prevenir complicações graves da Covid em adolescentes.

Os resultados demonstram que “quase todas as hospitalizações e mortes nessa população poderiam ter sido evitadas com a vacinação”, disse o professor de pediatria do Centro Médico da Universidade Vanderbilt, Kathryn Edwards, em nota que acompanha o estudo.

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O trabalho comparou 445 adolescentes hospitalizados com Covid com um grupo de controle de 777 internados por outros motivos, incluindo aqueles com sintomas semelhantes à Covid que testaram negativo.

Ele foi realizado entre 1º de julho e 25 de outubro de 2021, momento em que a vacina da Pfizer estava amplamente disponível para adolescentes e a variante delta era dominante. A maioria das crianças hospitalizadas com Covid que participaram do estudo estavam no sul, onde a onda delta afetou os EUA pela primeira vez.

No geral, os pesquisadores descobriram que 96% dos adolescentes hospitalizados com Covid e 99% dos que receberam suporte de vida não foram totalmente imunizados. Todos os sete pacientes que morreram de Covid e todos os 13 pacientes que receberam um tratamento de última hora chamado oxigenação por membrana extracorpórea não foram vacinados, mostram os resultados.

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Cerca de 74% dos adolescentes hospitalizados com Covid no estudo tinham pelo menos uma comorbidade, como obesidade.