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Quando o assunto é a pandemia de coronavírus, a Europa vive atualmente um clima de déjà vu. Com a descoberta de uma nova variante do vírus, identificada inicialmente na África do Sul, em associação ao aumento de novos casos de Covid-19 e de mortes, vários países do continente se viram obrigados a impor novas restrições, que remetem ao pesadelo que viveram no fim de 2020.
A Bélgica confirmou na sexta-feira (26) o primeiro caso diagnosticado no continente europeu da nova variante – a B1.1.529. A Omicron, como foi batizada pela OMS, foi detectada em uma mulher, não vacinada, que esteve no Egito e testou positivo no dia 22 de novembro.
A Comissão da União Europeia anunciou a suspensão de viagens para países onde a nova variante foi detectada. Para os que já estão no caminho de volta para a Europa, será obrigatória a testagem e quarentena de 14 dias.
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Portugal, o país mais vacinado da União Europeia (87%), impôs uma semana de quarentena após as festas de final de ano. A partir de 1º de dezembro, o governo resgatará o uso das máscaras, certificados de vacinação e testes obrigatórios em espaços fechados e vai punir as companhias aéreas que desembarcarem passageiros sem testes.
As companhias aéreas que permitirem o embarque de pessoas sem testes serão penalizadas em até 20 mil euros por viajante. O país entrará novamente no “estado de calamidade”. Com a média de 263 casos por 100.000 habitantes nos últimos 14 dias, as novas medidas foram apresentadas na quinta-feira (25) pelo primeiro-ministro, António Costa.
O confinamento vai ser decretado na primeira semana de janeiro de 2022. Para o mesmo período, o Governo decretou o teletrabalho obrigatório em todas as empresas, o fechamento dos estabelecimentos hoteleiros e a suspensão da volta às aulas.
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Alemanha, Eslováquia e Inglaterra
A Alemanha – que teve novo recorde de infecções – pretende ampliar a vacinação, que atualmente tem a taxa de 66%. O ministro da Saúde alemão, Jens Spahn, anunciou que o país vai negar a entrada no seu território a viajantes estrangeiros da África do Sul. A regra vai valer a partir da noite desta sexta-feira (26). De acordo com o ministro, apenas os cidadãos alemães poderão voltar a entrar, respeitando uma quarentena de 14 dias, mesmo que estejam vacinados.
A Eslováquia decretou lockdown parcial. O número de casos está aumentando também na Inglaterra, mas as autoridades não vão, recuar o desconfinamento, inicialmente.
França e Bélgica
A França retomará o uso de máscaras em locais fechados e ampliará a terceira dose da vacina contra a Covid-19. O ministro da Saúde, Olivier Véran, anunciou esta semana que todos os franceses maiores de 18 anos vão ter que tomar a terceira dose se quiserem manter válido o passaporte.
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A partir de 15 de janeiro, qualquer pessoa que não tenha validado a vacinação de reforço, dentro de sete meses após a última aplicação, não vai poder frequentar locais públicos fechados ou viajar. Os voos provenientes de Moçambique, África do Sul, Lesotho, Botsuana, Zimbabué, Namíbia e Essuatíni (antiga Suazilândia) foram suspensos.
A Bélgica vai aplicar restrições às viagens provenientes e adotar uma quarentena obrigatória de dez dias para quem regressar da África Austral. O uso de máscara passou a ser obrigatório a partir dos dez anos de idade e o teletrabalho voltou. A vacina contra a Covid-19 poderá se tornar obrigatória, em breve.
Itália, Croácia e Países Baixos
A Itália também já decidiu interditar a entrada de pessoas no país que estiveram nos últimos 14 dias na África do Sul, Botsuana, Zimbabué, Moçambique, Namíbia ou Essuatíni.
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Na Croácia, milhares de pessoas se manifestaram contra a vacinação obrigatória dos trabalhadores. Com quatro milhões de habitantes, apenas 47% da população completou a vacinação.
Nos Países Baixos, o governo decretou um confinamento parcial durante três semanas, o encerramento da restauração às 20h e a proibição da entrada de pessoas não vacinadas em espaços públicos.
A taxa de vacinação diminuiu em todo o continente nos últimos meses.
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A nova variante
A nova variante já foi identificada em lugares como a África do Sul, Botswana e Hong Kong.
De acordo com os cientistas, a variante contém um total de 32 mutações incomuns na proteína spike, parte do vírus que a maioria das vacinas usa para preparar o sistema imunológico contra a Covid-19. É cerca do dobro das mutações encontradas na variante Delta, altamente transmissível.
Estas mutações podem afetar a capacidade de disseminação do vírus, mas também podem tornar mais difícil a resistência por parte das células do sistema imunológico.
A Organização Mundial de Saúde já manifestou preocupação com o aumento de casos na Europa e advertiu que cerca de 500 mil pessoas podem morrer até março de 2022 se não forem tomadas medidas urgentes para conter o avanço da pandemia.