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16 de outubro (Bloomberg) — Um teste-chave para os novos iPads da Apple Inc., que a empresa deverá lançar em um evento hoje, será se os tablets atraem mais compradores como Bernie Moreno.
Moreno administra a The Collection Auto Group, uma rede de concessionárias de automóveis na região de Cleveland, EUA. Em 2010, ele comprou iPads para ajudar seus funcionários com a documentação de financiamentos e de seguros em sua loja da Mercedes-Benz, e acabou entregando 200 aparelhos a trabalhadores dos setores de venda e serviço. O executivo de 47 anos começou a usar o iPad, em grande parte, porque eles davam um elemento cool às suas lojas, e agora ele está em busca de mais motivos para comprar.
“Hoje o fator cool está meio fora de moda”, disse Moreno, acrescentando que compraria mais aparelhos se tivessem os recursos certos. “Se os novos oferecessem algum recurso que tornasse a experiência do nosso cliente melhor ou permitisse que os integrantes da nossa equipe realizassem suas tarefas de forma mais eficiente, nós atualizaríamos”.
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Tornar o iPad atrativo para homens de negócio como Moreno é fundamental para a Apple, que lançará os novos iPads hoje, com probabilidade de incluir uma opção em cor dourada, juntamente com outros recursos renovados para a versão de 9,7 polegadas (24,6 centímetros) e para a mini, segundo fontes familiarizadas com a situação. A Apple precisa recorrer cada vez mais às empresas para acelerar a demanda por iPads, seu segundo maior produto após o iPhone, considerando que as vendas dos aparelhos caíram por dois trimestres consecutivos.
Oportunidade de crescimento
Ao mesmo tempo que os consumidores se afastam dos tablets e preferem smartphones com telas maiores, as empresas continuam representando uma oportunidade de crescimento para os iPads porque os aparelhos podem ser usados para o trabalho de campo e como substitutos do laptop. No total, a projeção é que as vendas globais de tablets para empresas, instituições e governos subam para 101 milhões de unidades em 2018, contra 19 milhões em 2013, enquanto a participação de mercado para esses compradores aumenta de 7,9 por cento para 27 por cento, segundo a IHS Technology.
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“Nós realmente vemos o período de 2015 em diante como aquele em que esse mercado começará a explodir”, disse Rhoda Alexander, analista da IHS, em entrevista.
O CEO da Apple, Tim Cook, disse que está mirando as empresas para impulsionar as vendas de iPads, sinalizando uma parceria com a International Business Machines Corp. em julho para vender para corporações, de forma que elas possam “ser um catalisador do crescimento futuro do iPad”.
Ontem a Apple reduziu parte de seu próprio poder de impacto antes do evento do iPad de hoje ao postar, de forma breve, imagens e detalhes dos novos tablets no site do iTunes. A empresa também está desenvolvendo um iPad maior, com uma tela de 12,9 polegadas, para ser lançado no ano que vem, disseram fontes familiarizadas com os planos, em um movimento que poderia ser mais atrativo para aqueles que compram o aparelho para fins comerciais e que buscam mais recursos.
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Trudy Muller, uma porta-voz da Apple, não respondeu ontem a um pedido de comentário.
Apetite do consumidor
Por enquanto, as vendas de iPad para consumidores individuais continuam sendo um fator-chave e ter um aparelho atualizado nas prateleiras das lojas antes da temporada de compras de fim de ano é fundamental para a Apple. No terceiro trimestre, as vendas de iPad caíram 9 por cento, para 13,3 milhões de unidades em relação ao ano anterior, e a receita caiu 8 por cento, para US$ 5,89 bilhões.
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Ao mesmo tempo, a lista de empresas que já utilizam iPads é cada vez maior. A Eli Lilly Co. empregou 20.000 desses tablets como parte de um programa para substituir laptops e os pilotos e funcionários de manutenção da FedEx Corp. estão usando milhares desses aparelhos em todo o mundo, segundo a Apple. Os iPads também podem ser usados para pedir a comida em restaurantes dentro do Aeroporto LaGuardia, de Nova York.
“Quando uma categoria amadurece, você começa a buscar segmentos diferentes para os quais você possa vender”, disse Shawn DuBravac, economista-chefe e diretor sênior de pesquisa da Associação de Eletrônicos de Consumo dos EUA, em entrevista. “As companhias que estão bem posicionadas para usar os tablets muitas vezes precisam de softwares proprietários e isso está começando a se desenvolver de fato agora”.
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