Eleições de 2022 entram no grupo dos principais riscos monitorados por gestores na América Latina, mostra pesquisa do BofA

Levantamento também mostra preocupação de investidores com possível erro de política monetária por parte do Fed, o banco central americano

Mariana Zonta d'Ávila

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SÃO PAULO – Com os investidores acompanhando de perto o cenário político brasileiro, as eleições presidenciais de 2022 já começam a entrar no radar de gestores de fundos de investimento na América Latina e podem dominar as discussões nos próximos meses.

De acordo com a pesquisa “Latam Fund Manager Survey”, divulgada nesta terça-feira (13) pelo Bank of America, cerca de 30% dos gestores já colocam o cenário eleitoral brasileiro como um dos principais riscos a serem monitorados na região.

Ainda na América Latina, 40% dos investidores consultados listaram como riscos a serem acompanhados um possível erro de política monetária por parte do Federal Reserve (Fed, o banco central americano).

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Quando colocado apenas o Brasil no holofote, quase 60% dos entrevistados elencaram os ruídos políticos como o principal risco para os investimentos no país – percentual que dobrou em relação à pesquisa de junho.

Na sequência, aparece um cenário de deterioração fiscal incontrolada, apontado por cerca de 30% dos gestores consultados, segundo o BofA.

Ações são preferidas, mas upside é baixo

Para 69% dos consultados, as ações são os ativos que devem apresentar o melhor desempenho no Brasil nos próximos seis meses, em linha com a média histórica da pesquisa do banco americano.

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Mesmo assim, os gestores veem a Bolsa brasileira andando de lado até o fim do ano, com 78% estimando que o Ibovespa encerre 2021 negociando acima dos 130 mil pontos – patamar que indica potencial de alta de 1,9% ante o fechamento do último pregão (12).

Entre os principais motores para o mercado acionário brasileiro, cerca de 32% votaram em um avanço da vacinação e na reabertura econômica.

Com relação ao crescimento da economia brasileira, a maior parte dos participantes espera expansão acima de 4% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2021, segundo o BofA. Já no que tange à taxa básica de juros, a maioria (quase 70%), espera que a taxa Selic encerre este ano entre 6,50% e 7,25% ao ano.

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Uma Selic acima de 7,00%, contudo, pode retirar parte dos fluxos direcionados a ativos de risco, segundo 65% dos entrevistados.

Portfólios na América Latina

Quando analisada a composição da carteira dos gestores da América Latina, as principais posições overweight (acima da média do mercado) recaíam sobre empresas de consumo discricionário, materiais e financeiras.

Já as maiores posições underweight (abaixo da média do mercado) estavam concentradas nos setores de bens de consumo, utilities e telecomunicações.

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Na avaliação de metade dos gestores consultados, empresas de valor devem superar as de crescimento e nomes voltados à retomada econômica devem se destacar na comparação com empresas que se beneficiaram das medidas de isolamento social.

A pesquisa do Bank of America de julho foi realizada com 32 gestores da América Latina, responsáveis por cerca de US$ 53 bilhões em ativos sob gestão.

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